O choque entre latifundiários e subordinados a estes com os camponeses sem-terra da semana passada expôs parte dos limites da intermediação política. O MST já carrega sobre seus ombros uma série de mártires, parte por violência policial, outra por violência para-policial, muitas vezes proporcionada por operadores da lei de folga. A lição de Pedro Osório foi dura e dolorida.
O estado Rio Grande do Sul há muito se orgulha de sua organização social no campo. De um lado e de outro da cerca, as categorias e setores de classe estão organizados conforme convicções e vocação produtiva. A relação com os parlamentares também se faz orgânica, por esquerda e por direita. Digo isso para não ser leviano e deixar de reconhecer nestas linhas a legitimidade do deputado estadual Dionilso Marcon ou o federal Adão Pretto. O mesmo de diria de Frei Sérgio Gorgen se ainda deputado estadual fosse. Mas, o debate é outro.
Qual o limite da influência político-partidária sobre o aparelho policial de Estado. Particularmente, que tipo de pressão pode ser feita, por dentro da institucionalidade, estando a Brigada Militar sob o comando efetivo do pé preto convicto Cel. Mendes?! Caso o limite da intermediação seja reconhecido, não caberia a busca por outros métodos, necessariamente iniciados a partir de outra construção ideológica?!
Do ponto de vista do pretenso e desejado rigor analítico, este limite já chegou e há muito.