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A esquerda contra o governo de “esquerda”


Até recuperar esta tradição, um longo caminho ainda separa as entidades sindicais de todo seu potencial mobilizador.

O último dia 25 de março foi um marco na história brasileira. Reunidas debaixo de uma bandeira comum, distintas correntes de esquerda conseguiram se juntar por algo convergente. Encontrar-se para debater já foi uma vitória. Dificilmente uma força política se organiza por um tema que conflua. No mercado político, mesmo às margens da corrida eleitoral, as regras são mais de competição do que cooperação. Ou seja, se trata de uma rara oportunidade.

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Duas questões pautam a possível unidade por esquerda. Uma delas é a própria “esquerda” que ainda existe dentro do segundo mandato de Luiz Inácio. Dentro do panorama do Encontro Nacional, todo guarda-chuva de coordenação tem alguma corrente que ainda dialoga com a CUT ou com o sistema federativo sindical. Afirma-se a radicalidade de acordo com estas alianças e posições.

A outra questão é saber se a unidade na reclamação pode virar uma pauta coordenada. Dúvidas serão tiradas nas jornadas do dia 17 de abril. É preciso saber se MST e Via Campesina vão coordenar com outros setores ou somente liderar um processo aberto a adesões. O 11º aniversário de Eldorado dos Carajás servirá como teste para um 1º de maio unificado. Caso o Dia do Trabalhador tenha uma marca distinta dos últimos anos, acumulando forças para se contrapor às reformas, então os próximos oito meses serão de intensa atividade.

Análise semelhante fez o Planalto. Na troca de ministérios, convocaram a Força Sindical para ser governo enviando Luiz Marinho para o sacrifício. Por mais que evite o tema, Carlos Lupi, ministro do Trabalho indicado pelo PDT, será de fato o representante da central de Paulo Pereira da Silva no governo. Intervir nas regras sindicais é um custo menor e pode ir sendo protelado. Assim, o capital político deve ser gasto na aprovação da reforma sindical, deixando a trabalhista como conseqüência da política econômica.

Já o ex-presidente da maior central sindical da América Latina terá de pagar o pato nas finanças da Previdência. O rombo das contas públicas não será tão grande como o desprestígio político. A CUT vai exercer o papel de aliada de sua inimiga histórica, e junto da Força Sindical, tentará conter o ascenço de lutas no ano de 2007.

Independente da correlação de forças existe um problema estrutural nas bases sindicalizadas. As categorias urbanas são compostas de trabalhadores precarizados. Mais de 60% da mão de obra ativa do país está na informalidade. Dos que tem emprego, as condições de trabalho não permitem a sindicalização nos moldes clássicos. Isto porque mais da metade dos empregos diretos são gerados por micro, pequenas e médias empresas. Quanto menor o local de trabalho, mais controlado é.

O recrutamento de novas bases, a unidade de ação contra o governo e a capacidade de apontar uma saída para o modelo macro-econômico são os desafios da esquerda sindical brasileira. Se estas dezenas de agrupações ultrapassarem o momento de reconstrução, entraremos em uma outra etapa de acumulação de forças na sociedade brasileira e aqui na província.

Artigo originalmente publicado em minha coluna mensal na Revista Voto, Porto Alegre, edição de abril de 2007, no. 31, Ano 3, pág. 42






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