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A direita venezuelana e os bancos daqui

A direita venezuelana atirou no que viu e acertou no que não viu. Em eleição legislativa, conseguiu uma proeza de abstencionismo, atingindo a incrível marca de 75% de ausência.

Várias razões existem para isso, e gostaria de propor uma singela comparação entre a Venezuela e o Brasil. Imaginemos que o voto aqui fosse opcional e não obrigatório? Qual o tamanho da taxa de abstenção que se imagina? Se hoje, com os recursos coibitivos, a marca beira os 20%, quanto atingiria se fosse possível escolher ir ou não escolher? O modelo eleitoral, onde o Executivo vai junto com o legislativo, também ajuda a segurar o eleitor na fila da urna eletrônica do CEPESC. Lá não. Como se sabe, eleições legislativas, em geral, são uma roleta russa.

Imaginemos também que por um arroubo qualquer, Luiz Inácio começasse a se contrapôr a setores de elite que se dizia contrapor e combater nos anos 80. Os bancos por exemplo. E, começasse a repartir renda através de projetos de auxílio mútuo, iniciativas cooperadas e intervenção pesada do Estado não para sugar o capital circulante, mas para irrigar de capital de baixíssimo custo as iniciativaseconômicas urbana e rural das camadas mais pobres?!

Pois é, quem se lembrou de ir "marchar com Deus e a CIA pela democracia", fez bem. Pois esse é o único caminho para a oligarquia venezuelana hoje. Ir pal monte coño, ir a darle con todo, metele candela que después vemos; que si los gringos ayudan, derrocamo al indio cholo este rompe pelotas.

Já aqui, não há com que ocupar-se, sempre e quando siga o governo do Copom. Assim, institutos de pesquisa poderão seguir fazendo suas festas de arromba, celebrando contratos e encomendas mil.Seguirão analisando o comportamento eleitoral de eleições onde pouco ou nada se pode escolher.

A versão minimalista de democracia já não é o mínimo denominador comum das maiorias. Palavras bonitas que geram bens simbólicos discursivos com pouca ou nenhuma compreensão popular tampouco resolvem mais.

Hay que mirar pal monte coño, pá lo bueno o pá lo malo, allá los tauras arreglan las cosas. E os povos também.

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