Embora esta página seja dedicada aos temas regionais, brasileiros e latino-americanos, algumas situações nos obrigam a tomar posição. Emitimos esta opinião tanto em função de nossa herança étnica – árabe por parte de pai – como para trazer os temas do Oriente Médio alocados no contexto daqui. Queremos explicitar a frieza de análise, e que em nenhum momento apontamos a discursos ou posturas chauvinistas.
A posição e o alinhamento de Israel, embora afirmando ser de autodefesa, nada mais é do que uma postura subimperialista em uma região coalhada de conflitos. A trajetória do Estado de Israel já está mais do que estudada; a questão do sionismo como fenômeno político hegemonizado pela direita judia já foi explicitada por um judeu chamado Noam Chomsky. Assim, nos cabe a análise do lado de cá do oceano, e debater qual papel joga a mídia nacional e em especial qual jogo deixa de ser jogado pela colônia árabe-brasileira, em especial a libanesa e seus descendentes.
Resumidamente, esta Nota e algumas outras se propõe a questionar o óbvio, óbvio este tantas vezes negado sob o manto do consentimento fruto do consenso de fábrica. Aqui, neste país chamado Brasil, somos 12 milhões de árabes e descendentes diretos. Somos 12 milhões e trazemos forte contribuição para algumas áreas do país, como a medicina e a engenharia. Ao mesmo tempo, os batrícios “ilustres” fazem questão de repetir ciclicamente o comportamento corrupto e amoral, a começar pelo maior dos anti-emblemas, como Paulo Salim Maluf e cia.
Uma Nota como esta, é tão delicada que temos de tomar cuidado com a inevitabilidade dos processos contra calúnia e difamação. Mas, apenas citando alguns nomes, já exemplificam o que digo. “Ilustres” como Nabi Abi Chedid, Simão Sessim, Farid Abrão David, o próprio Paulo Maluf, Naji Nahas, Nagib Fayad, Jorge Farah, Ricardo Mansur, dentre vários outros, exemplificam os conceitos nada agradáveis que tanto nos envergonham. Se vale o consolo, Alfredo Yabrán, Ali Sineildin e Carlos Saul Menem não deixam por menos e competem em condições de igualdade em termos nada satisfatórios. Os brimos de Argentina, são seguidos de perto em suas trajetórias por gente como o ex-presidente equatoriano Abdallah Bucaram e seu antecessor.
Voltando a nosso país e com tão muda colônia, a pasmaceira atual nos faz lembrar um antigo conceito dos anos ’70, fruto de largas e pesadas discussões. Se dizia, e os fatos como a Guerra das Malvinas assim o provaram, que: Nenhuma força armada reacionária é antiimperialista!
Dito e feito, em relação à colônia árabe no Brasil, podemos bradar: “nenhuma elite corrompida sequer chega a ser nacionalista!” Depois não adianta chorar e gritar aos chauvinistas do outro lado que eles não podem ser tão chauvinistas como sempre disseram que seriam.