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ISSN 0033-1983
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Gilberto Kassab, o PSD e a nova direita
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A nova direita: o PSD elege 497 prefeitos tendo apenas um ano de existência.
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08 de novembro de 2012, Bruno Lima Rocha
Do jeito que a coisa vai, não sobrará oposição de direita no Brasil. Tal processo começa no início do segundo semestre de 2005, quando PFL, PSDB e PPS tinham elementos suficientes após o inesquecível depoimento de Duda Mendonça, para tentar colocar o custo do chamado Mensalão no colo de Luiz Inácio.
Recalcitrantes, ninguém quis arriscar a governabilidade e tampouco havia apoio popular para a medida. enviar imprimir Se em 1992 Collor cavou a própria tumba ao convocar o povo brasileiro a defender seu presidente vestindo verde e amarelo em um domingo de sol, dessa vez não houve valente para conclamar uma Marcha por Deus e pela Democracia no Centro de São Paulo. Estava aberta a cunha para o racha dos arenistas da oposição.
Gilberto Kassab, alçado a prefeito após a saída de Serra para disputar o governo estadual, tem trajetória e ascendência semelhante a outro engenheiro paulista de origem árabe, Paulo Maluf.
Uma vez à frente do terceiro maior orçamento público do país, surge no cenário nacional como um operador de primeira grandeza.
Após a vitória de Dilma, o senso de oportunidade fala mais alto, e a lógica de ocupar espaços em qualquer governo promove a ruptura na antiga Frente Liberal. Com o discurso de uma “agenda positiva e de centro”, o Partido Social Democrático cresce vertiginosamente, engolindo antigos correligionários pefelistas, aproximando-se da enorme leva de arenistas, que está no governo da herdeira de Lula.
O PSD elege 497 prefeitos tendo apenas um ano de existência. Nascido em 27 de setembro de 2011, incorpora a sigla das velhas raposas aliadas ao getulismo, socialmente baseadas no latifúndio e nas elites políticas regionais. A atual motivação da legenda em nada faz jus à tradição udenista do extinto PDS e do DEM re-configurado.
O antigo PFL, após a experiência social-liberal, sendo co-governo durante os oito anos de Fernando Henrique (PSDB), deixa o poder perfilando a oposição mais ferrenha, personificada pelo senador catarinense Jorge Bornhausen - ele mesmo, hoje apoiador do partido de Afif e Kassab.
Diante de tal comportamento, a análise realista é a de uma ala conservadora que vê na sobrevivência política sua atividade-fim, e não atividade-meio para levar adiante um conjunto de ideias.
Justiça seja feita, poucos setores oriundos do PDS permanecem fieis às posições tão reacionárias como a UDN, sob liderança de Carlos Lacerda. Se Charles de Gaulle dizia que “o Brasil não é um país sério”, a direita política justifica a crítica, pois não é tão séria assim.
Este artigo foi originalmente publicado no blog de Ricardo Noblat.
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