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Perspectivas políticas para 2014 – 2


Aécio Neves traz Minas consigo e mais uma série de problemas, incluindo uma base de apoio difusa em São Paulo.

15 de janeiro de 2014, Bruno Lima Rocha

O presente artigo é a continuidade da semana anterior, quando abordei os custos políticos da ação coercitiva durante os protestos que vão iniciar em março de 2014 e terão o ápice durante a Copa do Mundo. Neste texto abordamos a composição das candidaturas e o divórcio entre a fidelidade ideológica e o pragmatismo das bases de sustentação do lulismo. A reeleição de Dilma confronta dois adversários respeitáveis. Um é a fratura advinda da dissidente Marina Silva e seu capital de 20 milhões de votos obtidos em 2010. O seu reforço vem da estrutura político-eleitoral do PSB, que deve colocar como cabeça de chapa, o governador de Pernambuco Eduardo Campos. O outro adversário é a possibilidade permanente do PMDB não fechar em torno de seu palanque, e caso se alie, não siga o comando de Michel Temer.

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Trata-se de um cenário completamente distinto de 2002, quando o PSB concorreu com o ex-governador fluminense Anthony Garotinho. Doze anos depois, a legenda de Beto Albuquerque galvaniza a política camaleônica. Tem vocação de governo, se alia aos mandatários de turno, aceita qualquer tipo de aliança, mas, tem trajetória por dentro do lulismo. Por tudo isso, contando com bases no nordeste além da participação direta de Marina Silva, realmente pode ser um incômodo para a reeleição da sucessora de Lula. Peso diferente é o de Aécio Neves. Traz Minas consigo e mais uma série de problemas, incluindo uma base de apoio difusa em São Paulo, berço dos tucanos. O PSDB teria de abrir um espaço de centro-direita, reunificando DEM e PSD em torno de seu palanque; esta seria a única chance de tentar alcançar o segundo turno.

A maior dificuldade de Campos e Marina será assegurar ao seu eleitorado a manutenção da agenda social e do emprego direto, ambas ampliadas pelo governo Dilma. Os números falam por si. O programa Bolsa Família atinge a 16 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza; já o Minha Casa Minha Vida financiou cerca de 1  milhão de residências em sua primeira fase e deve concluir outros 2 milhões de lares até o final 2014. Embora o crescimento dos últimos dois anos não tenha sido considerável, a manutenção do emprego direto vincula esta rotina aos 31,9 milhões incorporados na nova classe C no período entre 2003 e 2008. O baixo crescimento de 2013 entra como tema lateral.

Ainda que tenha adversidades consideráveis, basta que Dilma apareça para a massa do eleitorado como única garantia da agenda social com emprego e renda. Caso consiga, a reeleição é mais que provável.






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