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Duas dificuldades do PMDB no segundo turno

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Michel Temer e Orestes Quércia trabalham juntos para abrir portas distintas.

07 de outubro de 2010, da Vila Setembrina dos Lanceiros Negros traídos em Porongos e desaparecidos pelos mentirosos que também omitem a epopéia missioneira, Bruno Lima Rocha

No final da noite de domingo último (03/10) o país constatava que a eleição geral para presidente não estava definida. Na semana final da campanha, o crescimento da ex-petista Marina Silva (PV) retira votos da pobreza conservadora, impedindo a vitória em primeiro turno da herdeira de Luiz Inácio, a ex-militante do PDT, Dilma Rousseff. Na última segunda (04/10), todos os analistas e operadores políticos tentavam ver para além das inferências de opções de voto (as cada vez mais contestáveis pesquisas eleitorais), buscando identificar os possíveis problemas da situação para emplacar a sucessora.

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Isto porque, pela lógica, o governo ganha este pleito, não sendo nenhum absurdo categorizar José Serra (PSDB) como não-favorito. Pouco foi analisado um obstáculo para a vitória de Dilma, posto em cena antes do fator Marina. Trata-se dos custos transacionais para a manutenção da aliança com o PMDB em função da também possibilidade de vitória tucano-democata.

No que diz respeito da chapa majoritária da situação, não se trata de exagero e menos ainda de purismo conceitual categorizar a aliança com o PMDB como um acerto de ocasião. A dobradinha Dilma e Michel Temer (PMDB) não tem por base um discurso inaugural, algum mito fundador e menos ainda uma coalizão de fundo ideológico. Trata-se da reprodução da base de apoio dos últimos cinco anos, reforçada esta maioria quando José Dirceu deixa o cargo na Casa Civil, e o transfere para Dilma, no auge da crise política gerada pelo suposto esquema do Mensalão. É a mesma base que, em menor escala, resultara na inesquecível eleição para presidente da Câmara do então deputado federal pelo PP Pernambucano, Severino Cavalcanti. Também fora o mesmo momento político que indicara Márcio Fortes para ministro das Cidades de Lula, no lugar do ex-governador do Rio Grande pelo PT, Olívio Dutra.

Na crise do penúltimo ano de seu primeiro governo, ainda sem as totalizações que lhe renderam a vitória na reeleição - cujos números, repito, são incomparavelmente superiores aos de FHC - Lula cerca-se do então chamado núcleo duro e consolida alianças que fracionam o orçamento da União, comprometendo PMDB e PP para a tal da governabilidade. O problema agora no segundo turno de 2010 é a consolidação deste campo de aliança, mesmo sabendo que a legenda de Maluf está “neutra”. Esta resultante esbarra em duas dificuldades. A primeira é na proximidade entre as siglas de centro-direita e parte de seus caciques. Admitindo ser muito frágil a organicidade do atual partido do ex-tucano Sérgio Cabral Filho, torna-se impossível fechar com todo o PMDB. Assim, aumenta o caso a caso, amarrando palanque por palanque, tendo de costurar líder a líder e, mesmo assim, não conseguindo levar o partido inteiro nos estados.

Já o segundo problema é de ordem invertida, de baixo para cima, tratando da manutenção da aliança na área de influência do baixo clero. Resulta que, nos seus escalões menores, é costume encontrar governos locais ocupados por coalizões compostas por PSDB, PP, PMDB e DEM, dentre outras legendas. Não foi à toa que a União chamou prefeitos e lideranças municipais para expor os benefícios do PAC 2 pouco antes do início da campanha. O acerto neste caso é no varejo, por vezes tendo de ultrapassar obstáculos impostos por diretórios e líderes estaduais do PMDB.

Reforço o argumento afirmando o óbvio. Assim como não se pode esquecer o fato do PMDB haver governado junto com tucanos e à época pefelistas (hoje democratas), tampouco podemos afirmar que peemedebistas importantes não irão roer a corda em um eventual crescimento de Serra na reta final do segundo turno. Pelo visto, manter a aliança cultivada por Lula vai sair muito, mas muito caro.

Este artigo foi originalmente publicado no blog deRicardo Noblat






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