O recentemente falecido economista e papa do neoliberalismo Milton Friedman (1912-2006), marca toda uma era no capitalismo pós-2ª guerra mundial. Ele, em conjunto de seu sócio-ideológico, o polifacético austríaco Friedrich August Von Hayek (1899-1992), arrancaram uma restauração política em função da base de funcionamento econômica da sociedade moderna. Acantonados nos Alpes suíços, a tropa fusiounou o pensamento ideológico-econômico-político do sistema mundo, ao menos em parte do mundo.
Também conhecida como Sociedade do Mont Pèlerin, este grupo de intelectuais orgânicos pró-capital financeiro, representaram a materialização da corrente monetarista no seio do capitalismo que então acumulava as condições de crescimento através do papel do Estado. Na luta à morte contra o Keynesianismo, fortaleceram não apenas a concepção “neoliberal”, termo cunhado e implantado paulatinamente a partir da década de ’70, mas a expropriação do capital circulante na sociedade real e destinado a uma acumulação financeira e na capacidade de investimento das transnacionais.
Não fosse a guerra fria, e dificilmente haveria a correlação de forças possível para constranger os governos da Europa ocidental para aplicar recursos na distribuição baseada na social-democracia. Exemplo impossível de ser aplicado em outros rincões do mundo, ainda assim a sua oposição virara receituário de bula, marchando lado a lado de ditaduras castrenses ou cívico-militares. Para variar um pouco, seus discípulos aplicaram as receitas no laboratório social vivo na América Latina. O continente de Bolívar e Artigas vira seu território ser outra vez mais recolonizado por sua própria elite criolla, agora travestida de tecnocrata e com as baionetas como garantia das barbaridades anti-nacionais.
Lembram da história do crescimento do bolo para depois dividi-lo? Lembram da maxidesvalorização? Da socialização da dívida e da privatização do lucro e da acumulação? O país do milagre abriu caminho para a pajelança dos Chicago Boys, a exemplo de Pedro Malan e agora Henrique Meirelles.
Friedman e Hayek sorriem no inferno, ao lado de Reagan e cia.