Recebi um correio eletrônico de uma leitora chamada Maria Therezinha Pinheiro. No texto, que consta abaixo, recebi informações interessantes quanto ao modus operandi do neto de Tancredo e ainda presidenciável, governador Aécio Neves. Não é costume deste portal publicar correspondência ou material que não sejam originais. Mas dado o choque de indigestão que o choque de gestão deu, entendi por bem publicar. Podem fazer uma leitura transversa, onde meu artigo para o Noblat (A democracia gerencial gaúcha) e postado aqui no E & A faz a análise conceitual do texto que segue. Cuidado porque a leitura é direta, como um soco no fígado.
“O problema da governadora Yeda é que ela despachou para Minas seus auxiliares para se inteirarem do choque de gestão aplicado por Aécio. Procurou conhecer a parte teórica, mas esqueceu da parte principal: como aprovar e aplicar sem problemas!
Logo que foi eleito Aécio cooptou a Assembléia que lhe deu o direito de governar durante todo o mês de janeiro através de "atos institucionais" que seu guruAnastásia batizou de Leis Delegadas. De cara, aumentou impostos, criou outros, batizados de taxas. Como é do feitio dos tucanos, diminuiu salário dos servidores, cortou direitos e reformulou o orçamento retirando todas as verbas que iam ser utilizadas para beneficiar projetos que não estavam em seu planejamento.
Já com a Assembléia cooptada,durante o primeiro mandato cooptou a mídia.Sobrou o Judiciário,que andou dando ganho de causa a muitos funcionários que foram prejudicados em seus direitos.
Logo depois de reeleito,Aécio com aquela história de sub -teto de salários,depois de ter fixado para o Judiciário,acabou abrindo mão,mas dai prá frente ninguém ganhou mais nada no Tribunal.Ganha-se no forum e perde no Tribunal.Enquanto isso, nossos desembargadores recebem salários acima de estados como S.Paulo,Rio etç.
Cooptados Assembléia Legislativa,Judiciário e Mídia, hoje ele é realmente o dono do terreiro.Logo que entrou mandou arquivar todos os processos que iam gerar despesas para o estado. Após 3 anos começou a examiná-los novamente. Muita gente perdeu e os pagamentos estão sendo feitos só para as menores quantias. E, com um detalhe: quinquênio, trintênio e outros direitos atrasados estão sendo considerados como precatórios.
As grandes entidades empresariais o apoiaram,mesmo porque foram pouco atingidas. A bem da verdade quem realmente, está pagando a conta do badalado choque de gestãosão os os funcionários do Poder Executivo,das estatais e das Fundações.,que foram escolhidos como "bodes expiatórios". Já José Serra está fazendo o choque de gestão dele por Decreto. Tenho acompanhado o calvário da Yeda, ela foi boba, esqueceu de aprender a principal lição de Aécio; a cooptação dos 3 poderes, Legislativo,judiciário e mídia.
Ah, para terminar. Sabe por onde a gente está sabendo esta história do Valerioduto tucano mineiro? Pela mídia de outros estados.”
Recebi este texto e de pronto respondi a esta cidadã mineira. Tinha porque tinha de publicar. Qualquer analista sente-se realizado quando os dados empíricos corroboram suas teses defendidas em base a conceitos e argumentos. Quando pensei que houvesse terminado o atual calvário dos conterrâneos de Tiradentes e Aleijadinho, me dei conta que a coisa estava por começar. No correio eletrônico reproduzido abaixo, observo a dureza de ser oposição social em um estado com liderança carismática e “muito bem articulado”.
“Bruno,recebi seu e-mail e sinceramente me senti lisonjeada com os elogios. Por mim você pode publicar,entretanto, é bom que você dê uma olhada antes porque aqui Aécio é o dono do terreiro.Temos um site chamdo de Novo Jornal que começou a denunciar os erros dele. E, bastou publicar como foi a venda dos 20% da COPASA para o Grupo Folha de S.Paulo, Revista Veja (Naspers Civita) e um grupo estrangeiro e também a compra da Light pela CEMIGque antes de comprar teve que pagar uma dívida de 269 milhões (ação que corria nos Estados Unidos contra a Rede Globo)parao governo apelar até para o Ministério da Justiça. Fizeram o maior auê e tiraram as matérias do site,que continua funcionando e embora publique algumas matérias ficou mais "cabreiro".Obrigado pela preferência e vou passar a acessar seu site,embora não saiba de que cidade você é. Maria Therezinha.”
Gostaria de ressaltar que a leitora e autora cita a fonte de seu trabalho, o Novo Jornal, censurado pelo governador presidenciável. Quando li esta informação tive ainda mais vontade de postar aqui tudo o que puder. Uma vez que já apresentei os conceitos, observo várias semelhanças. A privatização da CRT, por exemplo, é muito parecido com o drama narrado acima. No livro que está na coluna da direita dessa página está destrinchada a forma de operação da era das privatizações (também conhecidas como privatarias).
Quanto à cidade onde moro, expliquei a nossa amiga que sou natural de São Sebastião do Rio de Janeiro, mas estou aqui por opção e adoção. Resido na Velha Capital do Rio Grande, outrora Vila Setembrina dos Farrapos, barra do Lago Guaíba para a Laguna dos Patos. Do Farol de Itapuã os corsários garibaldinos atacavam a esquadra caramuru. Antes de vir morar em Viamão, residi em Rio Grande, a Princesa do Mar, terra que foi berço de Antônio de Souza Netto. O parador primeiro nas terras do Cone Sul foi na costa oriental do Río de la Plata, residindo em Montevideo no bairro formado abaixo do Cerro de la Fortaleza de Artigas. Ou seja, voluntariamente, este modesto analista fez pátria nos pagos sulinos, não reconhece fronteira e não se mixa para censura alguma. Por isso e por tudo o retratado, publico aqui o email da leitora e autora das Minas Gerais.