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ISSN 0033-1983
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Os métodos dos EUA para defender a “democracia”
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Osama Bin Laden foi treinado e teve seu amplo talento desenvolvido através da Agência Central de Inteligência. Este fato vem sendo deliberadamente omitido pelos veículos hegemônicos de comunicação em língua inglesa.
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05 de maio de 2011, da Vila Setembrina, Bruno Lima Rocha
Passados alguns dias após a eliminação física de Osama Bin Laden, constato algo que os entusiastas da “Guerra contra o Terror” insistem em omitir ou não ver. Há quase uma década, toda a escalada de respostas contra a ação dos integristas da Al-Qaeda opera sobre a mais profunda ilegalidade e de forma imperial. Vejamos. enviar imprimir Osama foi morto com o emprego de forças especiais dos Estados Unidos operando em um país estrangeiro. Estes militares foram transportados em helicópteros de combate, violando primeiro o espaço aéreo do Paquistão e, posteriormente, o território de um Estado soberano. Embora os mandos paquistaneses sejam aliados do Pentágono de longa data – desde o período da Guerra Fria e das batalhas aéreas contra a Índia nos céus da Caxemira – o alto comando do “país amigo” sequer foi informado da operação. Para justificar, o diretor da CIA, Leon Panetta, afirmou que Washington não avisara as autoridades em Islamabad (capital do Paquistão) porque haveria o risco real do alvo ser avisado.
Retornando um pouco no tempo, a coleta de dados para a ação que eliminara o ex-aliado dos EUA na Guerra do Afeganistão foi toda realizada violando qualquer sombra de direito internacional. A pista para identificar a residência de Bin Laden, conforme este blog divulgou, foi obtida de um dos suspeitos de autoria do 11 de setembro, Khalid Sheikh Mohammed. Este homem, cujo mandado de prisão foi uma ordem secreta advinda do Estado Maior Conjunto, confessou sob tortura, estando preso em uma base militar localizada também em território soberano de outro país estrangeiro. Nunca é demais lembrar que a Base de Guantánamo é o paraíso da ilegalidade – segundo as leis dos EUA – também por se encontrar em solo de Cuba. Por esta área, tomada à força desde a Guerra Hispano-Americana, é pago um aluguel simbólico cujo comprovante de pagamento as autoridades cubanas se recusam a receber.
Não pára por aí a metodologia ilegal para a defesa dos “valores democráticos e ocidentais”. Segundo este mesmo blog, Abu Faraj Al-libi foi o homem que identificou o mensageiro de Bin Laden. Este alto oficial da Al-Qaeda foi preso também sem mandado nem ordem judicial alguma, seqüestrado em território estrangeiro e detido ilegalmente em uma prisão ou base militar de outro país, e sem nenhuma comprovação oficial de seu paradeiro.
A conclusão é óbvia. Quando em “nome da democracia” justifica-se este método, por tabela acaba se concordando com o terrorismo da Al Qaeda e sua ideologia também totalitária.
Este artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat
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