Grande Porto Alegre, 23 de dezembro de 2007, um comentário a respeito da arte latino-americana, por Daniela Soares, boletim No. 04, segunda fase
Aníbal López recentemente adotou o pseudônimo A-1 53167 (número do documento de identidade do artista) nasceu e vive na Guatemala. O ato de assinar com um número de identificação constitui um protesto contra a desigualdade e o preconceito racial existente em seu país, tornando-o apenas "mais um cidadão Guatemalteco".
Como artista latino-americano ele apresenta pela Guatemala, sua terra natal, sua área de interesse e ação do trabalho artístico. Ele a cita constantemente, colocando-a em questionamentos e mapeamentos de suas peleias e conflitos. Seus projetos conectam-se com roubos, assaltos, contrabando e seqüestros, com a maneira com que as regras das Forças Armadas e de segurança contribuem na definição da alma e do espírito da urbe, com as enormes possibilidades oferecidas pelos espaços públicos do país.
A Guatemala é um país abalado por desastres naturais e tragédias humanas. Violência e conflitos políticos originam-se de uma das mais desiguais distribuições de renda na América Latina. Apesar desses problemas, a região tem como característica possuir multidões de pessoas em suas praças e alamedas. Nesses espaços, os habitantes da cidade realizam a parte mais importante de suas atividades fundamentais. É nas ruas que os moradores compram e vendem, conversam, se alimentam, matam a sede, caminham ou descansam apesar das regras ditadas pelas autoridades urbanas. As ruas da Guatemala compõem uma inesperada mescla de mercado e palco. Aníbal López é um ator nas polifônicas tragédias vividas pelas ruas de seu país.
É conhecido internacionalmente por esse forte enfoque sócio-político presente em suas obras. Geralmente abordando as relações e as tensões estabelecidas entre os militares, o Estado e o povo de seu país. Motivado por uma nova interpretação, uma nova significação de idéias em seus distintos contextos e tempos, o trabalho de A-1 53167 transita pelas performances, vídeo documentário e intervenções no espaço público.
Revisão, Bruno Lima Rocha.
Nota escrita por Daniela Soares , colaboradora desta página e editora de trecos&trapos.