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Para jornais, revistas e outras mídias

A prisão de DSK e a desinformação especulativa

bahiaeconômica

Dominique Strauss-Kahn era o até então todo poderoso diretor-gerente do FMI, a pôr de joelhos os povos europeus e suas soberanias decisórias. Após mais este “escândalo”, DSK já não é mais o favorito dos “socialistas” para a disputa das eleições francesas.

19 de maio de 2011, da Vila Setembrina, Bruno Lima Rocha

Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, haveria cometido um ato criminoso ao assediar e submeter sexualmente a uma camareira de hotel cinco estrelas. Se o todo poderoso do órgão multilateral de financiamento do capitalismo tivesse um caso com a moça, o tema seria de ordem privada. Como ele tentara impor sua vontade, em sendo provado, isto se caracteriza em agressão.

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Não dá para discutir o valor- notícia do fato em si, mas sim as estapafúrdias interpretações macro-econômicas derivadas do desvio de conduta do diretor-gerente. Qualquer pessoa a ocupar uma posição-chave em instituições de projeção mundial torna-se alvo da mídia. Já as conjecturas derivadas do ato são – além de falta de cientificidade nas afirmações – pura especulação. Desde que o caso foi para as manchetes e escaladas, de tudo um pouco já foi publicado pelas agências internacionais e tristemente replicado pelos grandes jornais e sítios de informação no Brasil.

Já li que sua prisão irá abalar mercados e aumentar o endividamento europeu e, no mesmo dia, pude ler manchete exatamente oposta. O mesmo se dera em relação ao valor do euro, cuja moeda poderia ser desvalorizada caso o ex diretor-gerente fosse mantido preso. Apesar de nada disso representar necessariamente uma novidade no desenvolvido do pensamento neoliberal, replicado em formato de jargão do economês baseado em princípios doutrinários neoclássicos, trata-se de séria ameaça à compreensão dos públicos leitores.

Vive-se uma era de paradoxos. A especulação existe a mais tempo do que o próprio capitalismo, e, apesar disso, as inovações financeiras de risco (eufemismo usado para ativos podres ou tóxicos) nunca foram tão atacadas em seus princípios doutrinários. O mundo governado por gente como DSK gerara um endividamento absurdo nos países europeus e nos EUA, rombo este agravado ao transformarem os Estados na zona euro em pagadores de última instância e fiadores da jogatina promovida pelas instituições bancárias. O FMI opera hoje em países europeus endividados como um interventor coordenado com a Comissão Econômica da Comunidade Européia rumo ao desmonte do Estado de Bem-Estar Social.

A única ilação possível seria correlacionar o fetiche do poder de DSK com o comportamento predatório da instituição que ele dirige. Como isso não foi feito, só restara especulação jornalística através da cobertura do ato criminoso de Strauss-Kahn, promovendo desinformação aos leitores e desserviço para a soberania popular das democracias.

Este artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat






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