Vamos reproduzir na íntegra a nota difundida ontem pelo Estadão on-line, de 7 de nov 05. Na seqüência vai o comentário e análise política do fato.
“ Lucro do Bradesco cresce 90%, para R$ 1,430 bilhão
São Paulo - O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 1,430 bilhão no terceiro trimestre do ano, o que representa crescimento de 90,07% em relação aos R$ 752,394 milhões do mesmo período de 2004. O resultado acumulado nos nove primeiros meses do ano ficou em R$ 4,051 bilhão, com evolução de 102,3% na comparação com igual intervalo de 2004.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio foi de 36,5% no terceiro trimestre, contra 38,1% no segundo. A rentabilidade anualizada no período de nove meses ficou em 33,6%, contra 20% de janeiro a setembro do ano passado. No final do trimestre, o patrimônio líquido do Bradesco estava em R$ 18,262 bilhões.
A receita da intermediação financeiro atingiu R$ 8,533 bilhões, com expansão de 54,44% em relação ao terceiro trimestre de 2004. As despesas da intermediação financeira somaram R$ 4,035 bilhões, avançando 49,50%. Assim, o resultado bruto ficou em R$ 3,958 bilhões, subindo 40,11%.
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 1,918 bilhão, com avanço de 31,91% em relação ao terceiro trimestre de 2004. O resultado operacional do banco cresceu 93,63% e alcançou R$ 2,250 bilhões de julho a setembro deste ano. Os dados são consolidados.
Silvia Fregoni “
Justiça seja feita, o lucro recorde do Bradesco é apenas a ponta do último fio de um longo novelo de lã. O sistema financeiro sempre lucrou, e muito no país. Mas, desde 1º de janeiro de 1995 até o dia de hoje, 8 de novembro de 2005, os bancos nacionais e estrangeiros, credores internacionais, os mandatários do FMI e os gigantescos fundos de investimento - como o Soros e seu ex-homem de confiança Armínio Fraga – são os mandantes de fato do país. A capacidade do Estado governar está subordinada ao seqüestro do Tesouro Nacional.
Os bancos funcionam como um imenso aspirador de pó da economia real. Vão crescendo e sugando as energias de crescimento. Aumentam seu ativo de forma absurda. Caso a Banca privada fosse um Estado-Maior de fato (já é de direito), o Bradesco seria um dos homens fortes de governo. Não é fantasia, é a realidade do Governo do Copom, da economia digital e volátil e de um país que perde mais de R$ 2 bilhões de reais por dia entre pagamentos dos serviços da dívida e corrupção estatal-privada.