Na lista das maiores empresas da Bolívia não constam empresas bolivianas. As reservas do subsolo daquele país são a maior das fontes de renda e dor de cabeça para o Estado conformado de diversas etnias, e majoritariamente composto por povos originais. A lista das maiores atingidas está abaixo:
- a brasileira Petrobrás,
- a espanhola Repsol-YPF,
- a francesa Total
- a britânica British Gas
Algumas destas tem profundo interesse na área, em especial a super-poderosa Repsol, detentora do botim menemista sobre a YPF e com profundos laços com o atual presidente Kirchner. Se a onda “pega”, tal qual a boataria típica de um ambiente especulativo, a YPF poderia ser retomada assim como foi a YPFB e a própria PeDeVeSa em mãos dos chaviztas.
Lula tomou um drible de Evo, drible este aliás, mais que anunciado. Isto porque, além do fato previsto da Petrobrás ser alvo permanente de um governo nacional e nacionalizante, é notada a ausência de interlocutores entre o que sobrou de esquerda no governo de Luiz Inácio e uma leitura da realidade menos fantasiosa das costumeiramente anunciadas nos telejornais.
Em julho de 2005 a articulação dos movimentos populares bolivianos já havia apontado esse como o único caminho aceitável. É provável que o raciocínio “estratégico” da estatal brasileira, operando tal e qual uma transnacional mais, não houvesse apontado para estas possibilidades. É preciso lembrar a todo o momento, as mentalidades políticas de alguns quadros do Estado boliviano passam milhares de quilômetros longe dos neo-Chicago Boys hoje aliados dos ocupantes do Planalto. De tanto relacionar-se com outros, os outros passam a ser o sujeito refletido no espelho. Afinal, ninguém faz política com Henrique Meirelles e sai incólume desta “aventura”.
Vamos supor que a sociedade brasileira se inspire e aponta o mesmo caminho para a sociedade brasileira no caminho da retomada da Vale do Rio Doce? Quanto de força social precisaria ser mobilizado para isto? Haveria participação verde-oliva tal e qual na Bolívia?
Não, na realidade não. A Petrobrás está para a Bolívia assim como a “famosa” Dow Chemical já assim esteve para nosso país.