Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Como cartola, dirigente e empresário do futebol, tem uma rara virtude para o meio. É honesto, capaz e nega o vale-tudo do futebol. É a exceção que afirma a norma - Foto:
Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Como cartola, dirigente e empresário do futebol, tem uma rara virtude para o meio. É honesto, capaz e nega o vale-tudo do futebol. É a exceção que afirma a norma
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É impressionante a tentativa de fazer o mascaramento dos bastidores da seleção pela cobertura midiática. Mais do que entretenimento, cultura, paixão nacional, etc; a camisa amarela é um produto. E como tal, tem de ser preservado pelo consórcio que o gerencia. Até aí tudo bem, mas fazem questão de cultivar o hábito de um “investimento seguro”.

Ou seja, um jogador da antiga Bolsa do Rio de Janeiro, Ricardo Teixeira, contemporâneo de Salvatore Cacciola no mercado de capitais, substitui o esquema Nabi Abi Chedid e Otávio Pinto Guimarães, assumindo a CBF a partir do ano de 1989. Não por acaso, foi quando o ilibado Eurico Mirando foi chamado para prestar seus serviços à pátria de chuteiras como diretor de futebol da Confederação. Vivíamos o terror das eliminatórias, uma Copa América duramente conquistada e o comando do professor de educação física Sebastião Lazaroni. Deu no que deu, isso na Copa da Itália em 1990, quando nem o Papa ajudou.

Pouco menos de um ano antes, a nobre conduta de Euricão foi empiricamente comprovada. Acordou ao atacante Bebeto no meio da noite, concentrado estava o baiano na Granja Comary. O tema, algo de suprema relevância. O dirigente vascaíno queria contratar ao avante, então no Flamengo e candidato a ídolo substituto de Zico, para o clube cruzmaltino. Contratou-o em plena madrugada, sendo que Eurico sabia que o crime é a oportunidade. Aproveitando-se do momento, pouco lhe importava a falta de conduta ao entreverar os postos e funções, de cartola vascaíno para dirigente da CBF.

São várias jogadas super-postas. O fracasso do futebol carioca, não apenas é um fracasso dentro das 4 linhas, mas reflete o caos administrativo. O mesmo não passa na CBF, com seu consórcio operado por transnacionais e associadas: a Nave Mãe Rede Globo, o Grupo Telefônica (com a Vivo), a multi Imbev (via Guaraná Antarctica) e a própria Nike e com seu garoto-anti-propaganda, Ronaldo Fofucho. O produto “seleção canarinho”, o mesmo que concordara com a exclusividade de transmissão em 2002, empurrando Galvão Ufano Bueno goela abaixo dos brasileiros, trabalha firme para afirmar sua imagem associada ao patrocinador. Lobby forte e pesado, adicionado com a mentalidade conservadora de Parreira e Zagalo, topam manter as aparências e aturar até a falta de produção de Ronaldo.

A propósito: Alguém lembra da opinião de Zico como membro da comissão técnica de 1998? O que disse ele sobre a escalação de Ronaldo?

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