Segundo os ilibados senadores, as vacas são as responsáveis pelos trocos de cheques em casas particulares e outras peculiaridades

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O ano de 2005 expôs ao país uma nova forma de desvio e lavagem de dinheiro. O duto por onde navega o dinheiro público, então apelidado de Valerioduto, dava selo de entrada dos recursos por meio de dois bancos estaduais. Na crise do Senado, Roriz e Renan inovam. Geram valor agregado na compra e venda de bois, bezerros e vacas.

Enquanto o gado reprodutor é superfaturado o Dieese aponta outra barbaridade do país tropical. No Brasil, a lei – ora a lei – é o precedente e não a realidade. Da publicação da Carta Magna de 1988 às sociedades reais, o trecho é enorme. Vejamos os números e comparemos o paradoxo.

Segundo o apurado na Agência Estado:

“Com base no maior valor apurado para a cesta, de R$ 193,90, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo seja o suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,28 vezes maior que o piso vigente, de R$ 380,00. Em maio, o menor salário deveria ter sido de R$ 1.620,64, ou 4,26 vezes o valor vigente.”

Assim, como é possível equacionar o problema da reforma política como uma forma de fidelização partidária e aproximação entre eleitores e eleitos? Se o salário nominal é de R$ 380,00 e o preceito aponta ao índice do Dieese, o que resta para o eleitor? Renan apóia ao governo do ex-metalúrgico, e de escora do Planalto passa a ser visto como peso morto. Ao seu lado, manobrando entre corredores, Geddel, Roriz, Sarney e cia. navegam nos bastidores do Congresso.

É impossível saber o tamanho do estrago, não da combalida imagem do Congresso, mas sim da auto-estima e capacidade de luta coletiva a partir da constatação da diferença entre o salário real e o preceito constitucional. E, se me permitem os economistas neoliberais, expliquem como é possível que em um estado como o Rio Grande do Sul, onde 30% do PIB gaúcho cravado no setor primário, a cesta básica seja a mais cara? Será a ancoragem do padrão-dólar para os produtos de agro-exportação?

Entre as vacas de Roriz e a soja do latifúndio, ambas as opções estão erradas.

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