A Adaga, boletim eletrônico do portal Estratégia & Análise – No. 11, segunda quinzena de março, dia 17 do corrente mês.
Dúvidas cruéis para a análise política aqui na Província do Eucalipto
Liberdade de Imprensa e o exercício deste direito
Ó Dúvida conceitual. Como exercer um direito se os agentes mais gravitantes se recusam a exercê-lo? Para que liberdade de imprensa se os grandes grupos de mídia do RS exercem sistematicamente o ofício da desinformação? Como exercer este direito se nenhuma empresa de comunicação reclamou formalmente da censura e repressão aos jornalistas presentes na Fazenda Tarumã, no dia 3 de março, em Rosário do Sul?
O poder de polícia e a capacidade de antecipação
O Brasil é um país de direitos e de leis. O Direito à Justiça prevê um poder de polícia de Estado razoavelmente isento e com capacidade de antecipação. Afinal, para que inteligência policial? Digo isso porque ficam dúvidas cruéis: para que investigar a possibilidade de uma empresa laranja ocupando e investindo no RS se a própria Stora Enso admitiu em nota oficial sua tática?! A transnacional sueco-finlandesa admitiu ter aplicado a jogada da firma laranja, com testas de ferro nacionais à frente da pessoa jurídica. Certo? Se a empresa é réu confessa, como e porque não é punida?
A política regional exige um Mercosul atuando no marco regulatório
As empresas transnacionais operando no Cone Sul vêem a região como um todo. Os Estados nacionais, a partir de seus governos centrais, vêem os mesmos espaços geográficos de forma fragmentada. É possível cogitarmos a cegueira política como argumento válido? Porque o Mercosul não cria um marco regulatório comum para a atuação das indústrias papeleiras? Porque não se aplicam leis comuns em defesa dos recursos hídricos? Considerando que estas transnacionais poluem em conjunto os lençóis freáticos e as bacias hidrográficas, porque e como os Estados não atuam de maneira integrada?
O campo de alianças e as relações pessoais na política profissional – 1
Qualquer estudo enfocando a teoria das elites prevê algum tipo de fluxograma entre os indivíduos ocupando postos-chave e suas respectivas gravitações nos ambientes onde atuam. No caso do Detran-RS, a coincidência é um escândalo. Yeda Rorato Crusius foi eleita tendo a Lair Ferst como caixa de campanha. Mas Yeda não tem nenhuma relação com Lair, certo?!
O campo de alianças e as relações pessoais na política profissional – 2
Valendo o mesmo conceito, imaginemos a seguinte situação. Um determinado político profissional tem vínculos e relações de confiança com outros três homens ocupando funções públicas e partidárias por mais de 30 anos. Mas, quando estes três homens são involucrados com uma fraude escandalosa, este operador político fica isento, bastando com isso lançar uma simples nota. Correto? Então, mesmo que José Otávio Germano, Antônio Dorneu Cardoso Maciel, Flávio Vaz Netto e Carlos Ubiratan dos Santos tenham uma relação de extrema confiança política e pessoal, não cabe nenhuma ilação entre o conjunto dos nomes? E o estatuto da imunidade parlamentar e foro privilegiado, como podem ser caracterizados?
Uma aliança entre níveis de governos – o constrangimento operando como aliança estratégia
A “esquerda” do PT se posiciona ao lado da Via Campesina, mas não menciona a verba que recebeu das papeleiras na campanha política de 2006. Tampouco é mencionado o fluxo contínuo de aporte financeiro e subsídio estatal do BNDES para com os investimentos no setor do reflorestamento. O silêncio é absoluto a respeito da presença de capital estatal e estrangeiro na composição acionária da VCP e da Aracruz Celulose. Isso é duplo discurso, correto? Serve para mascarar o papel dos governos centrais e sua relação orgânica com os planos das papeleiras para a região, de acordo?
Qual a diferença entre a oportunidade política e o oportunismo no campo das alianças?
Sérgio Zambiasi, radialista e senador pelo PTB-RS, autor do projeto de redução da faixa de fronteira, têm o dom da onipresença. Ele e seus correligionários cumprem a proeza de ser governo na prefeitura do poeta que mudara de sigla, no Piratini e no Planalto. Isso é senso de oportunidade ou oportunismo político? Esta “ilação” não costuma ser abordada, por quê?
O fluxograma do poder real na Província do eucalipto e em vias de ser liquidada pelo gerenciamento externo
O INDG ocupa funções-chave no Estado e governo subnacional da província de São Pedro do Eucalipto. A ONG ETCO repassa recursos para a Procergs. A companhia de processamento de dados do RS não tem R$ 1,4 milhão em caixa para um crescimento de novas tecnologias. Certo? A Fazenda do Rio Grande tampouco tem este recurso, correto? A aplicação da Nota Fiscal eletrônica intermediada pelo ETCO não tem nenhuma relação com a quebra dos códigos fonte por parte de “consultores especializados”. Tudo isso é teoria da conspiração e delírio de sindicalistas. Alguém crê nisso? Alguém pode em sã consciência acreditar que exista “consultoria isenta de interesses”? Pode existir uma intervenção para-estatal sem entrar nos meandros da decisão política, substituindo as razões de Estado pelo interesse privado? Acredite quem quiser.
O Banco Mundial, o contador Casarotto e o remate da província
O processo de troca da dívida do RS é típica ação intervencionista através de mecanismo financeiro. Nada disso é novidade, bastando para se informar ler o trabalho do fiscal de tributos aposentado João Pedro Casarotto. O privilégio dos teimosos leitores é grande, basta escrever para o Casarotto que ele pacientemente envia o respectivo trabalho de fôlego. Como afirmei antes, por sorte ainda restam guascas na Pátria Grande.
Epílogo conceitual
O que segue vale tanto para os dois lados da barranca do Rio Uruguay, nas duas bandas entre o lado oriental e Entre Ríos e para a fronteira seca com a outra terra charrua. Como dijo y vivió el prócer de
¡SEAN LOS ORIENTALES TAN ILUSTRADOS COMO VALIENTES!