Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha
9nine e WPP
Este não dá ponto sem nó! Ou então, como diz o povo da velha guarda, “esse dá nó em pingo de éter!” É o que podemos usar para definir a nova carreira promissora do agora empresário Ronaldo Nazário de Lima. Antes mesmo de anunciar sua aposentadoria dos campos de futebol (fato ocorrido meteoricamente no inicio deste ano) o R-9 já havia planejado tudo. No final de 2010 o fenômeno criou a 9ine em parceria com a WPP (uma das maiores empresas de marketing do mundo). Atualmente no Brasil, gerencia a carreira de atletas como Anderson Silva (MMA, único campeão invicto do UFC), Falcão (futsal), e, como muito se especulou entre jornalistas do ramo, o “Fenômeno” estaria em negociação com o meio de campo Paulo Henrique Ganso, do Santos (sabe-se lá até quando….).
Com Anderson Silva, veio uma amostra dos primeiros resultados. A 9nine conseguiu com a marca Bozzano um patrocínio para a luta contra o também brasileiro Vítor Belfort de aproximadamente R$ 170 mil reais. Trata-se de quantia considerável por dois fatores. Primeiro, o contrato da luta é assinado de três a quatro meses antes do evento, e até o momento de subir no octógono, só é possível vender a expectativa do confronto. Outro fator é a paixão do brasileiro por televisão e o acompanhamento de grandes espetáculos esportivos. Com o evento de MMA é ao contrário, pois o UFC não passa ao vivo em TV aberta no Brasil e nem em canais por assinatura, apenas no pay per view! Impressiona o talento de Ronaldo para conseguir recursos e associar novos valores à sua marca pessoal e agora empresarial. O lance parece mais uma jogada fenomenal do ex-atacante corintiano, para deleite do esporte negócio e adjacências. Este que tanto dinheiro ganhou nos campos, ruma para um caminho muito parecido fora dele. Trata-se de um gênio, basta o leitor julgar se do bem ou do mal.
Sempre vale tentar
A Copa “Santander” Libertadores 2011 (obs: perdoem-nos a chatice, mas dá um ódio ver o torneio do Continente recebendo a marca de um banco, ah isso dá!), parecia perdida para o Fluminense. Após Muricy Ramalho ter abandonado o atual campeão brasileiro na lanterna do grupo 3, o clube das Laranjeiras foi buscar um técnico interino para assumir o comando da equipe. A aposta deu certo. Éderson Moreira, vítima da reestruturação gerencial de Aod Cunha, foi demitido do Internacional “B” de Porto Alegre. Seguindo a sina dos interinos, Moreira foi para o tricolor carioca no tipo contratação “tapa buraco”. A missão era treinar o pó de arroz até a chegada do renomado Abel Braga, que ocorrerá somente em maio, já para a disputa do Brasileirão 2011. Mas Éderson surpreendeu, foi à Argentina e venceu o Argentinos Juniors por dois gols de diferença e classificando o Flu para as oitavas de final do torneio mais cobiçado da América do Sul.
Essa vitória quebra alguns mitos e reforça outros. O grande time do Fluminense necessita realmente de um técnico de renome? O clube pó de arroz bem que poderia investir em Éderson Moreira, e largar essa dança das cadeiras a girar sempre em torno dos mesmos nomes. É síndrome da mesmice nas contratações ou os nomes no topo da lista para “professor” de boleiro também carregam consigo alguns nomezinhos para levar ao saldão de balanço de final de meia temporada a cada troca de comando? Será por isso o motivo dos clubes grandes, e seus respectivos investidores, terminarem por de fato proibir o surgimento de um novo nome? Na mentalidade da cartolagem agora com jargão de gerente de banco, somente altos salários parecem comprovar talento aos clubes. Se em campo surgem jovens talentos, porque fora das quatro linhas não apostar em um jovem técnico?
Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo & Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise