27 de julho de 2016, por Bruno Lima Rocha

Trata-se de uma primeira impressão, e pode ser uma grande obviedade. Mas, estou acompanhando pela segunda noite a convenção do Partido Democrata e estou bastante espantado. Me lembro imediatamente da eleição de 1992, quando Bush Pai concorria para a reeleição e era o mais ponderado dos pré-candidatos republicanos. Agora, é justamente o oposto: poderíamos imaginar que nada seria pior ou mais bizarro do que Bush Jr. Não necessariamente, pois o ex-governador da Califórnia, Ronald Reagan, antes de ser político de carreira – e antes de se tornar o mais adorado dos presidente republicanos – era democrata. Mas sim, pode piorar.

Mais de 90% do eleitorado afro-americano é democrata e há muita tensão no ar. Nota-se um pavor nos democratas de perder esta eleição, assim como antevejo o cenário doméstico da superpotência ainda mais radicalizado – e racializado – do que está hoje. Se Trump for eleito – e após o ataque de Orlando estas chances se tornaram reais – é possível que no cenário interno, o Império se veja em momentos bastante sensíveis, necessitando portanto, de um novo cavalo de batalha, ou a permissividade encontrada pelos pífios serviços de atenção interna no período anterior ao 11 de setembro.

Infelizmente, nenhuma das opções no segundo turno dos EUA – na prática, embora e apesar do colégio eleitoral – aponta para saídas populares ou leais aos mais de 55 milhões de latino-americanos ou aos mais de 46 milhões de afro-americanos. Para a desgraça do planeta e a certeza teórica deste que escreve, nem a presença de um presidente afro-americano fez do Império menos imperial, sequer conteve as diárias operações secretas da USSOCOM.

Mas, repito: para o cenário interno dos EUA – o que por tabela atinge a todo o planeta – se Hillary Rodham Clinton ganha, é como um balde de água morna para as bases sociais mobilizadas. Se Donadl Trump ganhar, a tensão interna somada com a histeria e o factual de terror difuso, pode aumentar e muito a tensão interna.

eleições americanas

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