Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha
E o combinado?
No último sábado 20 de novembro, ocorreu um fato lamentável para os amantes do futebol. Após a derrota por 4×1 do Vila Nova para o Náutico no estádio dos Aflitos, o volante Adilsom do Vila Nova deu a seguinte declaração “ eles não cumpriram o combinado”. Os dois times lutam para escapar do rebaixamento, e o empate praticamente salvaria os dois do decesso. O volante do time goiano ainda chamou de “moleques” os atletas do Timbu (como se fosse coisa de homem combinar resultados!).
A partida nos Aflitos foi bastante tumultuada. Cinco jogadores foram expulsos: Mimica, Jorge Henrique e David, do Vila Nova, e Erick Flores e Jeff Silva, pelo Náutico. É inevitável fazermos a ilação pelo fato do jogo haver sido conturbado em função da suposta quebra de acordo entre eles.
O acontecimento repercutiu pouco na mídia comercial, justo entre as empresas que exploram comercialmente o Brasileirão da série B. Para os editores desta coluna, trata-se de um fato da maior gravidade. Parece que a opinião está longe de ser consensual. O procurador do STJD Paulo Schmitt disse não acreditar em punição. A justiça desportiva parece preocupar-se mais em rever lances polêmicos de jogo, punindo atletas por faltas não apitadas pelo árbitro, ao invés de averiguar casos realmente de caráter duvidoso. Nenhuma novidade….quem não se lembra do Gibão no Brasileiro de 2005?
O sucessor do império
O presidente de honra da FIFA João Havelange, declarou a cerca de duas semanas que Ricardo Teixeira vai assumir a presidência da FIFA. Após a copa de 2014, Teixeira sairá fortalecido para as eleições da entidade máxima do futebol que ocorrerá em 2015.
Como desgraça pouca é bobagem, já surgiram alguns nomes para sucessão do “Imperador”. Um deles é o do presidente corintiano Andrés Sanches, que já disse sonhar assumir a CBF e faz parte dos queridinhos do ex-genro de Havelange. Outros dois nomes que aparecem com força são os do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Pólo Del Nero e seu vice Reinaldo Carneiro Bastos.
A nominata tem um azarão correndo por fora. Como para assumir a CBF não precisa entender de futebol (haja vista os casos de João Havelange e Ricardo Teixeira), e sim de como aumentar as receitas do espetáculo e de seus promotores, surge um nome forte e midiático. , um nome forte é do diretor-executivo da Central Globo de Esportes, Marcelo Campos Pinto, justo o responsável pelo contrato de transmissão dos jogos. Este, assim como Andrés, é amigo próximo do atual presidente da CBF.
No dia em que Teixeira deixar o poder, poderia ser distribuído o livro “CBF-Nike”, de Aldo Rebelo e Sílvio Torres. Tal obra, fruto das investigações de Comissão Parlamentar de Inquérito do mesmo, foi apreendida e censurada, protegendo com o manto do silêncio através de legalidade imoral as relações supostamente pouco ou nada republicanas. No dia da eleição da CBF, convém chamar a PF para cercar o perímetro da nova sede da entidade na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). A presença dos federais lá seria apenas para garantir o bom andamento do processo eleitoral, é claro.
Ta pintando o campeão
Após vencer o São Paulo por 4×1, o Fluminense encaminhou o título. O clube das Laranjeiras tem dois jogos relativamente fáceis, pega os reservas do Palmeiras (de ressaca) em Barueri, e encerra sua participação no Engenhão contra o possivelmente rebaixado Guarani podendo sagrar-se o campeão de 2010. Em Salvador o Corinthians empatou em 1×1 com o Vitória e vê o título escapando. Na arena do jacaré o Cruzeiro não deu chances à fraca equipe do Vasco da Gama e fez 3 x1 no primeiro tempo. No Olímpico o Grêmio do Renato Portaluppi fez 3×1 no Atlético-Pr e assumiu a 4ª posição. O Botafogo não engrena, levou 2×1 dos reservas do Internacional no estádio que ganhara após o Pan-Americano e se complicou na luta pela possível vaga no G4. Após vencerem no final de semana, Atlético- MG e Flamengo vêem o inferno do rebaixamento ficar mais longe. Ao contrário do Guarani que parece ter garantido matrícula na serie B em 2011.
Santos, São Paulo, Internacional, Vasco e Ceará, não têm possibilidades alguma no campeonato, apenas cumprem tabela.
Desastre palestrino
Ainda não foi dessa vez que Felipão e Murtosa inauguraram o manto do retorno para a glória nos gramados brasileiros. Na noite da 4ª, dia 24 de novembro de 2010, no Estádio do Pacaembu, o Palestra paulistano (transformado em Palmeiras quando Vargas muda a política de aproximação com o Eixo para a órbita dos EUA) toma uma virada do rebaixado Goiás e vê escapar entre os dedos dos pés a presença na final da Sul-Americana deste ano. 2 x 1 para o time goiano, e choro verde na terra da garoa.
Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo e Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise