Explorar a contradição entre o político e o econômico, esta poderia ser a estratégia de PSDB e PFL para a crise institucional que se avizinha. O problema é simples. Ou o governo começa a gastar, e muito, ou as coisas podem se complicar no ano que vem. Complicarem-se, digo, nas urnas, não nas contas em obediência ao FMI e aos acordos gerenciados por Meirelles.

Se a equipe monetarista e fiscal aprova o novo emendão, o superávit primário subirá para 5% do PIB. Ou seja, vamos ter um superávit de arrocho. Se somássemos esta condição com a iliquidez que havia na Argentina em 2001 e no Uruguai em 2002, aí sim a crise geral estaria próxima. Mesmo assim, 5% do PB é muito, MUITO. As torneiras, as poucas que ainda pingam, secariam de vez. Como o governo não tem oposição popular nas ruas, há condições sociais de executar esta política de aperto.

O problema está na arena política oficial. É simples o cálculo, ou Lula gasta e aplica nos programas assistencialistas; ou então arrisca de não ganhar ano que vem.

Se depender do Planalto, vai começar a gastança logo, logo. Esta vai jorrar através de duas medidas. A 1ª, a justa e certa, o aumento do ganho real do salário mínimo. A outra, é com Bolsa Família e programas afins.

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