Um fato corriqueiro chamou parte da atenção da mídia nacional. A casa de um eminente político, em condomínio de luxo na região de Vinhedo (SP), na metrópole campineira, foi furtada. Não haviam moradores nem empregados na casa, e os ladrões levaram eletrodomésticos. Entraram pela cerca de arame que foi cortada. Levaram o que podiam e foram embora.

O que era rotina virou fato político. Isto porque a mansão pertence a José Dirceu.O mundo dá voltas e parece que a Terra vai girando mais à direita. Sem falso moralismo, há que se perguntar, porque Dirceu tem uma casa em condomínio fechado em Vinhedo?! Só faltava abrir um diretório zonal do PT em Alphaville, se é que já não tem.

Uma concepção de classe tacanha e economicista não leva a “super-estrutura” muito e conta. Balela, primeiro porque isso não existe; segundo porque o conceito de classe vai muito além da condição de trabalhador. De tanto lavar o discurso, a dirigência deste partido vai se assemelhando a seus antigos inimigos, hoje aliados, como o PP de Maluf. A intimidade ajuda no gerenciamento político. Bicheiro que se preze mora no subúrbio e convive com “seu povo”. Político mora entre seus pares.

Dirceu não teve sua casa invadida pela Rota, não viu sua TV ser levada porque não tinha nota fiscal nem assistiu seu filho ser assassinado por algum capitão Conte Lopes. Depois, não foi chamado de marginal e vagabundo por Afanázio ou outro radialista para-policial. Sua casa não fica em Paraisópolis, Jardim Ângela, Itaquaquecetuba ou no Capão Redondo.

Dirceu, assim como Marta e Serra, são vizinhos de gente como Maluf e o juiz Nicolau dos Santos Neto. Sua dasha fica em Vinhedo e estupidamente sua geração de dirigentes foi repetindo a história da tragédia stalinista nos anos 30. Militantes eram expurgados, como Paulo de Tarso foi nos anos 90, e antigos czaristas habilitados.

Dirceu não é vizinho de Mano Brown. É amigo dos antigos inimigos e cada vez mais parecido com eles. Tanto nas agruras e nos prazeres.

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