A mineira Dilma Roussef, ex-ministra das Minas e Energia, substituta de Dirceu na Casa Civil, está se irritando mais a cada dia. Sabemos bem que, quando uma ministra de Estado sai a declarar contra seus pares, é porque não há muita contenção na interna do governo. Dilma é dura na relação política e economista mais que capaz. Tem sua veia nacional-desenvolvimentista saltando para fora no momento.

Declarou a ministra, em entrevista ontem para o Estado de São Paulo, que tanto a política econômica como o plano fiscal de longo prazo são primários. A primeira é obra “responsável” do ex-prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, do seu parceiro e amigo Henrique Meirelles e do homem das chaves do cofre, Murilo Portugal. O plano fiscal é obra do neófito na Banca, Paulo Bernardo.

Se os choques entre Dirceu e Palocci eram fatos e não factóides, poderemos comprovar isso agora. No meio do tiroteio inicial, o chefe de Estado viaja. Vai ao exterior a cada tanto, e usa e abusa do palanque interno sempre que pode. Mesmo que as intenções de Dilma sejam desenvolvimentistas, a chance já foi jogada fora. Este governo começou a morrer quando gastou seu capital político aprovando a Reforma da Previdência e depois deixando sair do BNDES ao professor Carlos Lessa.

O tiroteio fraciona e expõe as mazelas do Planalto. O governo de fato, o da Banca e o do FMI, pode estar indo para o conflito interno com a nova 1ª ministra. No meio dos tiros, Lula, perdido e agarrado a seu advogado criminalista, Márcio Thomaz Bastos. Atônita e em crise, a militância petista vai se equilibrando entre crises de paradigma e de consciência.

Dito e feito. Quem planta real politik colhe neoliberalismo. Agora agüenta.

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