Na sexta-feira passada, dia 25 de novembro, a Marcha dos Sem completou 10 anos. Para quem viu esta Marcha nos anos 90, em especial durante o governo Britto e para quem a vê agora, a sensação é de vazio político.

As lideranças Cutistas do RS se assemelham cada vez mais a punteros de partidos tradicionais. A vinculação de três partidos, PC do B, PSB e PT com os sindicatos da central hoje no governo é total. Talvez por isso metade das pouco mais de 2.000 pessoas presentes na Marcha eram de fora da Grande Porto Alegre, vindo em caravanas para a Praça da Matriz.

Uma pauta e discussão urgente para a sanidade das esquerdas latino-americanas é a relação do político com o social. Enquanto as lideranças e militantes de referência forem retransmissores de linhas de governo, nenhum ativista mais de base vai se sentir à vontade. De trabalhos de assistência paroquial às ocupações da Via Campesina, todo o jogo e articulação do político com o social está trancado.

2006 vem aí e a sede de poder vazio de força social irá aumentar. Tal qual um vampiro cansado, esta estrutura política prefere sugar o próprio sangue a sair a caçar pescoços mais fertéis.

O consolo é que sobra campo de trabalho, havendoa necessidade de analistas estratégicos considerando otamanho da cegueira política ao nosso redor.

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