Hoje o Brasil inteiro pôde acompanhar pelas emissoras de TV a chegada do São Paulo Futebol Clube à cidade e estado de mesmo nome. Um belo espetáculo fez a massa tricolor, recebendo aos seus jogadores, desde Cumbica até o Morumbi.

Antes de chegar à sua casa, no estádio da zona sul de São Paulo, passou por um périplo tristemente clássico no país. Pegando carona na conquista sãopaolina estava o tucano e palmeirense José Serra. Da prefeitura localizada na antiga sede do banco falido por Quércia, Fleury e cia., a delegação segue rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Lá irão se encontrar com o também tucano Geraldo Alckmin. Detalhe, o governador é santista.

O vexame da classe política em aproveitar-se dos momentos de euforia popular não têm fim. Serra pulava e vibrava como se fosse um membro da TUSP desde os anos 70. Certamente o governador, embora mais discreto e low profile, vai se soltar e comemorar como se o político fosse líder na Independente, ouvinte de Racionais e morador de terreno ocupado no extremo sul paulistano.

O próprio SPFC é uma paródia da vida nacional. Clube nascido da nata paulistana, rivalizando o PIB de sua diretoria com seus pares do Pinheiros e Paulistano, o São Paulo nasce da fusão de clubes. Torna-se popular à medida mesma que o clube vai ganhando campeonatos a partir de 1971, e saca sua massa tricolor não dos Jardins, mas da periferia da zona sul de São Paulo.

Talvez a alma de operadores políticos de gente como Laudo Natel, ex-governador de SP na ditadura militar e presidente do clube hoje tri do mundo, esteja contente com a vitória de seu time. Mas, certamente, com a composição da torcida, ah isso não. Contradições mil, o clube mais bem estruturado do país é também popular, e bota POPULAR nisso.

A torcida, ao menos os setores mais informados, deviam cobrar de Serra a liberação da Avenida Paulista. Embora a academia brasileira não entenda quase nada de seu próprio povo, os episódios da comemoração da Libertadores eram mais que esperados.

A multidão alucinada de alegria sente-se poderosa. A euforia torna-se agitação popular e desta para a revolta é um passo. Motivos, como todos sabemos, nunca faltam.

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