O atual diretor-geral da ABIN, agente especial Márcio Buzanelli, é homem de confiança do EMFA e com extensa carreira no SNI. O Brasil de Lula segue os passos da África do Sul de Mandela, mantendo mais de 80% dos servidores da inteligência, mesmo mudando o regime.
É verdade que entre o apertheid eos regimes ditatoriais latino-americanos há um fosso maior e muito mais profundo. Isto, se comparando o atual regime multirracial sul-africano e as formas de disputa e competição pelo voto em nosso continente. Mas, o Brasil de Luiz Inácio, ao contrário da Argentina de Kirchner, não rompe nem supera o ciclo histórico, garantindo bolsões especializados e de continuidade.
Tanto está ativa a ABIN que sua última grande lambança vinda a público foi justamente o flagrante nos Correios. O uso de irregulares também irregulares perante a lei é uma fábrica de desastres políticos. Mas, tem gente que não aprende….
O intento de mudar a imagem de um órgão assim é válido e corrente. Hoover foi um reformador ao seu tempo; iniciando no serviço de inteligência dos Correios dos EUA, em 10 anos à frente das operações do então Bureau of Investigations, marcou até o padrão de recrutameto. Após o Watergate, o FBI tenta a todo modo livrar-se do fantasma de sua temperamental dirigência histórica.
É no mínimo interessante Buzanelli ir contra a vingança de Dias Gomes.Entre arapongase carcarás, há uma mensagem sutil. O gavião mata e come, ou prende e arrebenta. Resta saber onde? Pedir permissão ao Congresso para fazer escutas é tanto cinismo que beira o ridículo.
Porque com ou sem permissão as mesmas serão feitas. Resta saber se os “carcarás” pedirão auento dos fundos secretos para irem à China e/ou montarem operações nas terras do Tio Sam? Essa seria uma prova de fogo para saber se os 80% de veteranos do SNI operando sob o logo da ABIN são arapongas do ambiente político e econômico do país, ou querem alçar vôos como carcarás da política internacional?!