A obra construída com suor nordestino e sob o mando de José Luiz Portella, secretário de Transportes Metropolitanos e presidente do Conselho de Administração do Metrô de São Paulo. Ele também disse nada saber quanto aos mais de 11 avisos e sinais de problemas estruturais na obra da Linha 4.

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Infelizmente, como quase tudo neste país, é a pressão midiática, incentivada pela indignação popular, que obriga as forças do Estado a se mexerem. No caso concreto Consórcio Via Amarela, o buraco da Linha 4, cratera vizinha da Marginal Pinheiros, o espetáculo começa a reverter. Curioso é notar o fenômeno da desresponsabilização. Ninguém sabia, os técnicos não estavam informados, o atual secretário não havia baixado as normas. Nada. Uma reunião a portas fechadas, no apartamento do secretário de obras e o quadro muda.

Porque?

Pela vontade política do Palácio dos Bandeirantes? Ou pelo na nuca, assando a pelagem do tucanato paulista. Fazendo um quadro realista, quanto maior o peso e a gravitação do agente econômico, pior fica a distribuição e o equilíbrio de forças neste setor de atividade. As empreiteiras estão para as obras públicas como a Globo está posicionada para a comunicação de massas e a Telefônica para as teles e o Grupo Votorantim para o cimento. Na base da pressão televisiva, Serra se decide. Que ardam as cadeiras dos executivos responsáveis pela obra. Perfeito. Mas e a fiscalização? E o contrato? E a aprovação prébia da obra no mandato de seu correligionário, Geraldo Xuxu Alckmin?

É incrível a memória seletiva dos operadores políticos. Serra nada podia saber assim como Sérgio Cabral foi “surpreendido” pelos para-policiais, meses antes estampado na capa de um dos maiores jornais do país!

Se isso não é o desgoverno, então rasguem tudo. Sim, prezados colegas e citadores de plantão no corredor de algum gabinete de pseudo-autoridade intelectual, rasguemos nossos livros, porque nada mais existe.

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