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Sem estoque regulador, a combinação clássica da alimentação nacional fica à mercê da voracidade chinesa, do caos da Sunab e das metas de ganhos absurdos do agronegócio nacional
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Retomo as notas nesta semana de janeiro com um tema bastante complicado. Não e complexo, é difícil de compreender como e por que. Explico. É perceptível uma leve inclinação inflacionária. Empurram os preços para cima tanto alimentação como energia. Em tese, o tal equilíbrio de mercado teria de compensar com preços ao consumidor a subida dos custos de produção. Esta afirmativa é outra falácia, como a maioria das falsas premissas permanentemente retumbadas e repetidas.

Arroz e feijão são itens da alimentação do brasileiro e palavras de ordem de um sem número de marchas e manifestações. O caso do arroz gaúcho é especial. Com a super safra, os produtores recorrem ao governo central para conseguir o armazenamento. Quando não há problemas de silos e armazenamento, entrega-se ao deus mercado a regulação de preços. Dois pesos e duas medidas. Com o feijão ocorre o mesmo.

A balança comercial brasileira está ancorada sobre o comércio de soja, puxando a locomotiva das transações de grãos. Arroz e feijão têm seus preços baseados no mercado internacional. Por mais forte que a moeda nacional esteja, o prato diário do cidadão deste país depende da Bolsa de Chicago. Os preços sobem na ausência de uma regulação distributiva.

Traduzindo, sem estoque regulador, o alimento do brasileiro fica entregue à própria sorte. A agricultura no mundo todo é subsidiada. Aqui, com abundância de produção primária, o alimento encarece na ausência de regulação governamental. Com o álcool é a mesma sina. Não há planejamento estratégico que suporte uma crise de escassez de energia e alimentação. Na verdade, o problema não é de planejamento e sim de estratégia. Subordinando objetivos, o que menos importa é a autodeterminação.

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