Apresento aos leitores uma breve “ilação”, mais uma por sinal. No dia de hoje o Credit Suisse, uma das maiores instituições financeiras do mundo, anunciou perda de US$ 5,2 bilhões de dólares yankees. Perda líquida por sinal. O prejuízo veio em função de aquisição e empréstimos. Pura especulação imobiliária.
Simultaneamente, o Banco que perde dinheiro líquido (!) opera de forma ilegal na 11ª economia do mundo.
Na pena digital de Claudio Julio Tognolli, pode ser lida em detalhes a prisão de um funcionário cuja identidade não foi revelada (?!) – mesmo sendo maior de idade – que operava como captador de clientes no Brasil. A operação era relativamente simples. Uma “representação” do Banco suíço funcionava através de especialistas em captação de recursos financeiros voláteis. Como a instituição opera ilegalmente no país, a remessa das divisas era feita através de doleiros. O mesmo modus operandi de sempre.
Dito isso, juntemos às peças com as luzes e reflexos de alguma teoria válida e não fantasiosa. Primeiro vale constatar que nada disso é novidade. Doleiros operam com remessa ilegal de divisas e se aproximam de circuitos de dinheiro rápido não declarado. Um caso clássico de doleiro e financista de campanha é de Naji Nahas e o próprio PC Farias. Curioso e os motivos que levam a uma das cinco maiores instituições financeiras do mundo ter de captar dinheiro de forma ilegal em um país como o Brasil? Indo além. A queda de um operador implica o restante de outros, vários outros. Nenhum operador de campo atua sozinho, seja no ambiente financeiro, militar ou político.
Surpreende ver a PF punir aos aliados do governo de fato. No Brasil, quem governa é o Copom, sob a chancela de Luiz Inácio e através do Regente Henrique Meirelles. Foi o ex-presidente mundial do Bank of Boston acusado de envio de dinheiro ilegal, durante o ano da crise política, 2005. Após, devidamente blindado pela Suprema Corte (STF), manteve-se no comando da mola financeira que freia a economia real do país que deveria liderar a América Latina.
Vejamos o mapa dos títulos e a leitura indireta que nunca aparece de forma direta:
– Ex-presidente mundial do maior credor individual do Brasil é acusado de enviar dinheiro de forma ilegal.
– Acusado de envio de dinheiro ilegal e representante de banco credor brasileiro ocupa o mais importante cargo da economia do Brasil.
– O presidente do Banco Central, por sinal o acusado de lavagem pelo MPF, exerce a titularidade de três empresas financeiras nacionais e uma internacional para operações off-shore. Tais empresas operavam em conjunto com a subsidiária do conglomerado com matriz nos EUA, a Boston Comercial Participações Ltda. Acusam a Meirelles de estar na cabeça da lavagem de dinheiro de mais de R$ 1,4 bilhão de reais.
– Comparado com os desvios executados pelo Banestado – Banco Araucária, estes valores são baixos.
– Como prova de lealdade, Meirelles e sua equipe jamais divulgaram os nomes dos titulares das contas.
– Uma das cinco maiores instituições financeiras do mundo tem perda líquida superior aos 5 bilhões de dólares
– Esta mesma instituição opera com representantes no Brasil na captação de recursos e envio de dinheiro ilegal.
– O operador do Credit Suisse foi preso sendo acusado como cúmplice e partícipe do mesmo crime imputado a Henrique Meirelles. O ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Augusto Candiota, pedira demissão em agosto de 2004 sofrendo as mesmas acusações. Candiota serviu de “boi de piranha” para Meirelles.
– O ex-deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás é o homem forte do governo há mais de cinco anos. As contas de sua campanha são no mínimo “difíceis de serem justificadas”.
Basta montar o quebra-cabeças e veremos o que há de estrutural no meio de tantas notícias supostamente desconectadas. Mr. Meirelles é o homem da Banca e do patriciado financeiro com sede no Planalto de Piratininga.