Devido a imagem corroída e as alianças profanas em nível nacional. Os Efeitos colaterais da Operação Rodin e da denúncia dos 44 envolvidos pelo Ministério Público Federal. Algumas premissas de raciocínio lógico aplicadas na política da Província.
– É impossível um analista em sã consciência negar as relações de mais de três décadas entre os envolvidos na Operação Rodin, sendo que 44 destes foram denunciados pelo Ministério Público Federal atuando no RS. Ou seja, por ilação, por dedução, ou por lógica, as executivas estaduais do PP, PSDB, PMDB e PDT estão envolvidos no escândalo.
– Este não foi o único escândalo recente e nem foi exclusivo. Qual a diferença deste imbróglio para os anteriores, como foi o caso dos albergueiros, da venda de vagas nas filas de hospitais públicos, dos selos, dos celulares na Assembléia dentre outros? O que surpreende é o prazo extenso, ao longo de sete anos, e também a capilaridade corroendo a imagem “ilibada” das elites locais.
– Grande responsabilidade desta imagem ilibada e da pouca ou nenhuma punição da opinião popular se deve à atuação da mídia do pago. Um caso é emblemático, e passa pela prefeitura de Canoas. Grande anunciante de emissoras de rádio AM, as únicas mídias abertas que a cobrir a conjuntura gaúcha, a gestão de Marcos Ronchetti (PSDB), teve seu telhado de vidro coberto e tampado. Quem bate, também é opositor político, portanto, mal visto.
– Quando os espaços se confundem e a informalidade é norma, é impossível inquirir e buscar a punição. Os veículos de comunicação geram opinião, ajudam e moldam, porque mesmo não sendo passivo o receptor, ele se alimenta dos produtos e processos comunicacionais gerados pelas indústrias. Qualquer mídia comercial é indústria, mas a mídia do pago, além de indústria, condiciona e joga pesado. A intimidade abunda entre repórteres e colunistas “consagrados” em termos estaduais. Quando o entrevistador chama a “fonte” pelo apelido, não tem pedra que possa quebrar estes telhados.
– Partindo do conceito de que uma Executiva partidária e suas candidaturas de tipo carro-chefe – em nível municipal, estadual e mesmo no complexo plano federal- também são consórcios econômico-político-midiático-financeiros, portanto, a teia de relações cruzadas com a Operação Rodin atinge aos poderes de fato do estado. O foco podem ser os operadores políticos que terceirizaram o botim do Estado através de terceirização sem fim. Mas, a partir destes, a profundidade é ilimitada.
– Uma ilação perigosa, e que vai ao encontro da afirmação acima, se encontra na evidência da casa da governadora Yeda Rorato e seu marido Carlos Crusius. A residência fora adquirida do empresário Eduardo Laranja da Fonseca, presidente da Self Engenharia, cidadão este cujo CPF responde a 65 execuções judiciais. Detrás do fato, estão as ligações diretas e próximas. As elites circulam e se cruzam entre si. Independente da dimensão de uma elite, seus membros sempre se encontram, se relacionam e aliviam os problemas internos. Portanto, não há ilação no caso da residência de Yeda, o que há é um pensamento lógico estruturado. Só não vê quem não quer; ou quem não pode, devido ao olhar enviesado ideologicamente.
– Por fim, a capacidade de articulação teórico-conceitual supera a enxurrada de dados. Há uma barreira de saída para e escrever e difundir este discurso de síntese. Não há quem o faça com o acúmulo e a contundência necessária. A oposição local tem a sua cola suja pelas alianças em nível nacional. O sistema político de co-governo multipartidário X Frente Popular está por cair. Já pouco se sustenta, mas de podre sistema político nenhum morre.