O labirinto do artista português diante das opiniões que levam ao imobilismo e a perplexidade. Sem informação não há opinião, mas com esse tipo de opinião é impossível analisar qualquer informação.

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Apresento a perplexidade permanente neste início de madrugada.

– Com toda a naturalidade do mundo, o governo irá alterar o marco regulatório das telecomunicações para atender a uma demanda de um ex-aliado de ACM – Daniel Dantas – e do capital da família Jereissati. Não por acaso foram os mesmos que compraram o Grampo do BNDES, há 10 longos anos, quando a telefonia privada se nacionaliza com o botim e a fraude do Tesouro Nacional. Agora o BNDES se endivida para alimentar a uma gangue de tubarões da indústria e das finanças daqui e o Executivo simplesmente muda tudo. A Telefónica de sua parte entra na geração de conteúdo, rasgando a “tal da” Constituição em mil pedaços. Se isso não for constrangimento do grande agente econômico com ramificações políticas e difusores ideológicos ao seu serviço, então não se sabe o que é. Quem sabe algum gênio do neoinstitucionalismo aplica uma fórmula maluca de engenharia (tipo Palace 2) e justifica o comportamento político com “racionalidade”. Será que tamanha idiotice jamais terá fim?

– A trajetória do minério de ferro é um assombro. Extraído no Brasil pela Vale privatizada e suas co-irmãs tal como a MMX de Eike Batista, viaja até à China onde é transformado em folha de aço. Volta meio mundo de navio como material básico para o parque metalúrgico do Vale do Rio Pardo (RS). Estas folhas se tornam fogões e peças de cozinha e retornam para o porto do Rio Grande, sendo exportados para países mais subdesenvolvidos do que o Brasil. Porque o minério não se torna aço aqui? Para que venderam a Usiminas e a CSN? Para entregar o minério a preço de banana? E, desde quando todo esse giro ao mundo obedece a alguma lógica de “otimização de recursos e de processos”? Será que os “especialistas opinólogos neo neo não se cansarão jamais de repetir a justificativa para essas sandices?

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