Dirceu, o defunto que insiste em não morrer

O amigo de São Paulo, mais uma vez nos brinda com seu raciocínio aguçado e estilo elegante. Ele nos repassa um email enviado para uma colunista política de relevância nacional. Muito interessante.

“ 5ª, 20 de outubro de 2005

Dizem que o escorpião ao ser fechado num círculo de fogo pica a si próprio e suicida-se para evitar o sofrimento de morrer queimado. Não sei se é verdade, ouvi isso quando criança no interior.

Dirceu parece um escorpião fechado num círculo de fogo, recusando-se a picar a si próprio.

Como um homem do aparelho, autodenominado um “Stalin” (homem de aço), voltou-se acredito que conscientemente contra o ex-aliado e faz abertamente o jogo do ex-inimigo. A luta desesperada de Dirceu pela sobrevivência, a lenta agonia que ele mesmo encomprida, é o jogo claro e desejado da oposição, e não da situação. A Lula, pragmático, interessa tudo menos o velório prolongado. Lula quer o enterro rápido, sem autópsia, o fim do susto. A Lula interessa as manchetes favoráveis pelos resultados da viagem a Moscou, com uma aparente boa relação com Putin, o vôo do astrononauta para “experimentos científicos“

por módicos 10 milhões de dólares (o governo “pensou” em destinar 5 milhões de rais para a seca da Amazônia), e o que ele encontra aqui na mídia ? Dirceu, Dirceu, Dirceu.

Nem a queda dos juros, uma boa notícia, conseguiu superar Dirceu. Quanto mais esse velório durar mais o defunto vai feder, com perdão da má palavra. E o mau cheiro prolongado incomoda as narinas de Lula,

agora educadas pelo bouquet dos charutos cubanos e dos conhaques franceses, isso porque diz a propaganda que “stolichnaya não tem cheiro“. Enquanto Dirceu resistir, Lula não dorme e a oposição ri.

Dirceu, do alto de uma biografia que não cansa de reescrever e de citar, sabe muito bem disso. “