Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha
Martelo batido, mas quem vai pagar a conta?
Na semana passada, o Col (Comitê Organizador da Copa) bateu o martelo e definiu que o Fielzão vai receber a abertura da Copa de 2014. Faltou definir quem vai pagar a conta. O clube tem um pré-contrato assinado com a construtora Odebrecht, em torno de R$ 400 milhões, valor orçado para a obra da arena de 48 mil lugares. Para sediar a abertura, a FIFA exige um estádio com no mínimo 65 mil lugares. O valor estimado para o novo projeto beira aos R$ 700 milhões. Quem irá pagar a fatia que falta? O governo paulista afirmou diversas vezes que não usará dinheiro público na construção de estádios. Cumprirá a promessa? Vamos acreditar que sim, afinal o Morumbi perdeu de sediar os jogos de 2014 por este motivo. O que vale para o São Paulo valerá para o Corinthians, ou não?
Em Brasília a notícia caiu como uma bomba. Afinal a capital nacional sonhava com a abertura. Ao menos houve bom senso, o governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (por sinal ex-ministro dos Esportes), admitiu alterar o projeto do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. Pois não há necessidade de um estádio para 70.000 pessoas, se não vai receber o jogo de abertura. O (futuro) novo governador, enviou uma carta ao presidente da FIFA Joseph Blatter, solicitando o manifesto oficial da entidade. Esqueceu Agnelo que quem fez o anúncio foi o “Ditador” Ricardo Teixeira e com toda certeza com o aval do Srº Blatter.
Árbitros e mais árbitros
O protagonista da rodada (a do fim de semana do feriadão da república decretada por um Golpe de Estado no Campo de Santana, em 15 de novembro de 1889) foi o árbitro da partida Corinthians e Cruzeiro, Sandro Meira Ricci. O homem de preto, “roubou a cena” após apitar um pênalti a favor dos paulistas aos 44 minutos do segundo tempo. Na opinião desta coluna o pênalti ocorreu, ao contrário de tantos outros apitados em favor do “Timão”. A pergunta que fica é: – Se fosse ao contrário teria coragem o apitador de assinalar? O jogador cruzeirense Roger Flores (o badalado namorador de Adriane Galisteu e Deborah Secco), que atuava no Corinthians no polêmico brasileirão de 2005, disse saber como funcionam as coisas no Parque São Jorge. O ex-presidente Alberto Dualib também sabe, ou sabia, e nada dizia, e agora disse algo, que ficou pairando no caminho.
O presidente do Palestra Itália mineiro Zezé Perrela, falou que havia pedido para que Ricci não fosse escalado, mas não foi atendido. O dirigente cruzeirense ainda chamou o árbitro de safado, e bradou para quem quisesse ouvir “o campeonato está comprado”.
É incrível como a arbitragem brasileira não tem nenhuma credibilidade. Sempre que há algum “erro”, coloca-se o campeonato sobre suspeita. Os culpados são vários e a lista enche vários camburões. Pelo visto, o fantasma de 2005 continua.
Na finaleira
O brasileirão terminou o domingo 14 de novembro com um novo líder. O Corinthians venceu por 1×0 o Cruzeiro, e assumiu a ponta de cima da tabela. O Fluminense jogando em casa não saiu do empate em 1×1 com quase rebaixado Goiás. No Beira Rio, em um jogo emocionante, o Avaí venceu o Internacional por 3×2, e segue com chances de permanecer na série A. O contrário do Grêmio Prudente, que após perder para o Atlético-PR em Curitiba, dá adeus a série A com três rodadas de antecedência (essa história de clube empresa que é adotado por uma cidade na outra ponta do estado nunca dará certo!). O Flamengo foi goleado pelo Atlético-MG por 4×1 na Arena do Jacaré (e para desgraça do Luxa, Capitão Léo e Cia., o urubu corre riscos…). Já o Atlético-PR, Botafogo e Grêmio ainda brigam por uma possível vaga no G4. O título segue indefinido, ainda há três candidatos. Na parte de baixo oito clubes brigam para escapar das três ultimas vagas que restam para o descenso.
Obs dos chatos e realistas desta Coluna: a mala branca já está correndo soltinha pelo Brasil varonil e ninguém faz nada. E quando a mala for preta, será que ainda terão fôlego para falar?
De volta
Três clubes tradicionais estão de volta à elite do futebol brasileiro. A última rodada trouxe de volta a série A, o Coritiba, o Bahia e o Figueirense. O futebol é que ganha com isso, os três clubes tem torcida, camisa, e tradição. Ao contrário do rebaixado Grêmio Prudente, que troca de nome e cidade a cada dois anos. O tricolor da boa terra está de volta após sete anos, dois deles na terceira divisão. O campeão da serie A de 1988 conseguiu o feito com duas rodadas de antecedência. America-MG, Portuguesa e Sport Recife brigam pela última vaga. Dentre estes seis clubes, temos três campeões brasileiros (considerando o título do Leão pernambucano) e uma vice-campeã (a Lusa). A cada ano que passa a série B se afirma, afastando as possibilidades de esquemas de virada de mesa, como o que trouxe de volta à superfície o hoje vice-líder do Brasileirão, o tricolor das Laranjeiras.
Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo & Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise.