A taça das bolinhas, objeto de desejo e discórdia entre os grandes clubes do Brasil; para alegria dos mesmos de sempre. O racha das equipes mais populares do país, é um triste reflexo dessa miséria de espírito coletivo. - Foto:Douglas Nacif
A taça das bolinhas, objeto de desejo e discórdia entre os grandes clubes do Brasil; para alegria dos mesmos de sempre. O racha das equipes mais populares do país, é um triste reflexo dessa miséria de espírito coletivo.
Foto:Douglas Nacif

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha

Obs. do editor do portal: em função de problemas de ajuste de agendas e também de organização dos tempos de trabalho, esta página em geral e especificamente a Coluna sofreu alguns atrasos. Estamos organizando um salto de qualidade – em todos os sentidos – do trabalho da página como um todo. Até isso se concretizar, contamos com a compreensão de todas e todos, desde sempre sabendo que a credibilidade e a fidelização dos leitores e leitoras é algo que se conquista e reconquista a cada dia. Estratégia & Análise está à altura do desafio imposto diante das indústrias culturais, incluindo o futebolês da economia política do futebol brasileiro. 2011 promete!

Ele voltou – eles voltaram, o tapetão e o fantasma do racha e a disputa baixa e sectária entre os clubes

Andou sumido nos últimos anos, muitos apostavam na aposentadoria do mesmo. Mas o famoso “tapetão” esta de volta ao futebol brasileiro. A CBF inovou, não vira mais a mesa do campeonato atual, e sim das edições anteriores. Com vinte e quatro anos de atraso, o Flamengo foi declarado o campeão brasileiro de 1987. Após reunião entre Ricardo Teixeira e Patrícia Amorim, o presidente (o Imperador) da Confederação Brasileira de Futebol BF nomeou o Flamengo campeão do Brasil daquele ano.

Reconhece-se que fora um campeonato memorável, a gloriosa Copa União, com transmissão de jogos ao vivo e um contrato junto a TV negociado coletivamente pelo então recém nascido Clube dos Treze. Vendo-se emparedada diante da vontade das grandes equipes, a Confederação na Era Nabi Abi Chedid instaurou a fantasia dos dois Módulos, o Verde e o Amarelo. Qualquer um que se recorde daquela competição sabe que o campeão foi o Flamengo. Na bola e dentro de campo, só jogando clássicos e fechando contra o Internacional em pleno Maracanã.

Como onde há fumaça tem fogo, fica a dúvida cruel e instigante. A dissolução (na prática) do Clube dos Treze tem alguma relação com a conquista silenciosa da presidenta Patrícia Amorim e sua assessoria, capitão Léo incluído? A presidente rubro-negra disse que a atual diretoria como sempre, trabalhou em silêncio (isso é que nos preocupa). Acordos às escuras no futebol brasileiro são fatos mais do que comum. A mandatária do clube da Gávea declarou que agora o torcedor flamenguista pode bater no peito, e se considerar campeão. Ganhar títulos nos bastidores parece ser bem mais fácil para a ex-nadadora Patrícia Amorim. Nunca é demais lembrar que a Copa União foi fruto de um ato de rebelião dos clubes contra a cartolagem isolada na antiga sede na Rua da Alfândega. Agora o título ganho na bola veio através da caneta do genro do homem?! E, como “é dando que se recebe”, a máxima do finado Roberto Cardoso Alves se materializa no futebol. A CBF reconhece o que já era de direito e ao mesmo tempo empurra o Clube dos Treze pela ladeira abaixo! Alguém realmente pensa ser isso uma mera “coincidência”?

É impressionante como entra ano sai ano, e as coisas se repetem. Enquanto o Imperador Teixeira continuar ditando as regras, não pode-se duvidar de nada, e sempre esperar pelo pior.

Segue vergonhoso – dividir para reinar é a máxima dos “executivos da bola”, isso como se alguém ou alguns pudessem montar campeonatos sozinhos?!

As manchetes dos jornais do Brasil dão conta de um racha no Clube dos 13. Já quem escreve esta coluna não vê necessariamente como um racha profundo, pois afinal nunca houve união entre os clubes. Cada um sempre lutou pelos seus direitos, dentro e fora das quatro linhas. Outra vez mais o gênio do mal adentra a cancha, conseguindo o Em mais o Imperador Teixeira fazer com que os clubes ditos grandes (devido a sua história passada, não a atual) voltarem-se contra o Clube dos 13. O motivo alegado seria as baixas cotas de televisão (proporcionalmente já distribuídas) para os de maior torcida. O presidente corintiano Andrés Sánchez chegou a declarar que vai (ou já está) a negociar individualmente as transmissões dos jogos do Corinthians, e que assim poderia faturar mais. A ameaça de negociar com outras emissoras, fez com que os mandatários dos clubes cresçam o “olho”. Diante do fantasma de preços inalcançáveis que podiam (e ainda podem) ser oferecidos pela Record, a Rede Globo foi cobrar satisfações da CBF assim que se deu conta da mudança de cenário. Afinal, as emissoras dos Marinho, sempre tiveram exclusividade na transmissão do campeonato brasileiro. Vale lembrar. Os clubes de menor torcida, já chegam a ganhar metade da cota oferecida pela TV, mas estes não reivindicam aumento, certamente por medo de represália.

A balela toda vai acabar de forma relativamente previsível. Como os “poderosos chefões” – provavelmente Flamengo e Corinthians – terão suas cotas maiores, os outros que lutem pelos seus direitos. E viva a ditadura do Teixeira. Esta coluna entende que clube de futebol não pode ser refém de emissora de TV, que um bom plano de sócios, junto com patrocinadores pode tornar os clubes auto-sustentáveis. E aos rebeldes, uma sugestão. Antes de se desligar do Clube dos 13, não se esqueçam de pagar a dívida com a entidade.

Polêmica colorada, ou quando uma agremiação vê o demônio bater ao seu lado com cara de simpático e bem sorridente

Prometemos dar seguimento no caso do estádio Beira-Rio, mas já antecipando a linha editorial, afirmamos que não é de bom tom ceder um patrimônio a ser construído pela empreiteira Andrade Gutierrez. Esta coluna também manifesta um rechaço quanto à presença do economista neoclássico – o ex-secretário de Fazenda de Yeda Crusius – Aod Cunha na alta administração do clube. O assunto vai ter seguimento.

Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo e Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise.

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