Andrés Sánchez deveria abrir uma nova escola de comunicação da cartolagem, o anti-mídia training, para desespero dos assessores de imprensa e deleite do que restara de jornalismo esportivo no país.   - Foto:nominuto
Andrés Sánchez deveria abrir uma nova escola de comunicação da cartolagem, o anti-mídia training, para desespero dos assessores de imprensa e deleite do que restara de jornalismo esportivo no país.
Foto:nominuto

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha

Mais um escândalo do imperador

Na semana passada ocorreu mais uma denuncia de escândalo envolvendo o imperador. Não estamos aqui falando do centroavante Adriano, cujos gols lhe renderam tal apelido. Mas sim de Ricardo Teixeira, amo e senhor do futebol brasileiro. Perdemos as contas de quantas vezes já teve seu nome envolvido escândalos “supostamente” ligados a corrupção. Juca Kfouri que o diga!

O ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol, David Triesman acusou quatro presidentes de federações, entre eles Ricardo Teixeira, de exigirem propina para votar na Inglaterra como sede da copa de 2018. Segundo o dirigente Inglês, ao pedir apoio a Teixeira, o mandatário da CBF teria perguntado o que ganharia em troca, para votar na Inglaterra.

Triesman disse que não contou o fato antes, porque ninguém iria acreditar, mas como foi aberto um inquérito pelo governo britânico para saber o porquê perderam a disputa, resolveu falar agora. Estranhamente a Inglaterra ganhou apenas dois votos, dos vinte e dois possíveis, e perdeu a chance de sediar o mundial. O milionário presidente da CBF nega as acusações e promete processar David Triesman. Como era de se esperar, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, disse desconhecer o assunto. Ou será que Blatter acha isso normal? Pois estes são todos da mesma “laia”.

Só para não deixar passar em branco, outro nome dos citados é o Sr Nicolás Leoz Almirón, presidente da Conmebol, o mesmo que vendeu a maior competição da América do sul a um banco espanhol, e por alguns milhões de dólares aceitou a participação dos clubes mexicanos. Vale lembrar que este cartola foi vice da Confederação Sul-Americana entre 1972 e 1974 e após de 1980 a 1986. Deste último ano até o presente momento, Leoz segue a tradição do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, longevo no poder de seu país como boneco ventríloquo e satélite do Brasil e dos EUA, governando para benefício próprio o Paraguai de 1954 a 1989 – quando perde o poder em função de disputa dentro de cartéis de contrabando.

É nas mãos (patas seria, se não fosse ofensa contra os quadrúpedes) que está o futebol mundial, e da trincheira do lado de cá estão os justos e não os adesistas de plantão. Mas, não percamos as esperanças, quando um destes “cair” levaram todos juntos, temos certeza. Há de chegar o dia que citaremos neste espaço o Sr° Teixeira como um ex-presidente.

Precisava ser assim?

No final de semana de 14 e 15 de maio, chegaram ao fim os principais campeonatos estaduais. Depois de quatro meses finalmente conhecemos os campeões. Com exceção do carioca que acabou no primeiro dia deste mês, já que o Flamengo venceu os dois turnos e não foi preciso disputar afinal, os outros todos terminaram neste domingo.
No início dos estaduais, os clubes ditos “grandes” desprezaram a competição. Mas com os fracassos na Santander Libertadores e na Copa Kia do Brasil (mais essa!), os estaduais que por aqui já foi apelidado de “ruralito”, “cafezinho” entre outros, viraram tema de Copa do Mundo.

Tem time que precisava perder as competições consideradas prioridade, para valorizar o campeonato estadual? Isso é reflexo de uma falta de modéstia e perspectiva. Alguns clubes de uns anos para cá, criaram uma “mania” de grandeza excessiva que acabou virando soberba.

Parabéns ao Santos, que pode não ganhar a Copa Libertadores (embora já esteja na semi-final), mas valorizou o Paulistão e sagrou-se campeão. Os outros caíram do “cavalo”, e apenas amenizaram o “fiasco” que proporcionaram nas competições que julgavam as mais importantes do ano.

Parabéns a Andrés Navarro Sánchez

O presidente do S.C. Corinthians Paulista pode ter inaugurado uma nova era para a cartolagem nervosa do futebol brasileiro. Em reunião no moribundo Clube dos 13, entidade dividida e estilhaçada por ingerência do Imperador Teixeira e da Nave Mãe Platinada da Famiglia Marinho, Andrés disse o que pensa em alto e bom som. Depois tentou desmentir, mas não deu. O furo na internet saiu do incansável Juca Kfouri, foi replicado por Paulo Henrique Amorim e daí ganhou a rede circulando no Brasil. Nós, modestamente, replicamos na coluna radiofônica do JT RS e também no brioso Periscópio da Mídia na Unisinos FM.

Vale lembrar. No dia 03 de maio do corrente ano da graça, o presidente da segunda maior nação futebolística brasileira disse em alto e bom som: “Sou amigo do Ricardo Texeira, sou amigo da Globo mesmo, apesar de ser gângster!”. Perfeito, simples e direto, apesar do erro de concordância perfeitamente tolerável fora da norma culta da língua.

Parabéns Andrés Sánchez, este portal espera que daqui para frente, todos os cartolas do país falem realmente o que pensam e explicitem em suas intervenções públicas as reais relações de força a manipular o desgoverno sobre a maior paixão esportiva dos 200 milhões de brasileiros.

Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo e Bruno Lima Rocha é editor do portal Estratégia & Análise 

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