Don Diego Armando Maradona vai encabeçar a Contra Marcha, a ser realizada amanhã, dia 4 de novembro, em Mar del Plata, Argentina. O presidente dos EUA, George W. Bush estará presente, e a cidade está cercada e blindada. Marchas e anti-marchas são uma constante, um marco a partir dos protestos de Seattle (EUA), no final de 1999, quando a cidade recepcionou uma reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O ganho simbólico é o que está em discussão nesta nota. Maradona é um guri de vila, um pibe del barrio, villero, um guri mais, que a fama e o drama alçou-o ao estrelato mundial. Quem conhece os hermanos da terra de San Martín, sabe que pouco ou nada pode ser mais argentino do que a vida de Dieguito.

Nos anos ’80, um centro-avante baixinho, gordito, arrancava com a 9 chilena campo e mundo afora. Chamava-se Caselli, me esqueci de seu primeiro nome. Caselli além de bom de bola, tinha sentido de povo. Participava nos atos e campanhas por direitos humanos debaixo do tempo feio e da barra pesada da DINA e Carabineros pinochetistas. Maradona, quando do alçamento dos militares cara-pintadas, saiu a declarar que seu povo não agüentava mais a ameaça dos militares.

Escândalos á parte, dependências esquecidas, é feliz o povo que tem seus ídolos marchando ao seu lado, mesmo sem muita consciência política. É um bom sinal, de identidade de popular, e que Dieguito não se esqueceu de onde veio. Quem não sabe de onde vem não sabe para onde vai. Os santistas que me perdoem, mas Pelé perde de longe para Maradona. Dieguito jogou muito menos, mas em compensação, nunca foi ministro de governo neoliberal, não sumiu com dinheiro da Unesco e sempre se colocou ao lado dos villeros como ele.

Quando De la Rua foi derrubado, no cacerolazo de dezembro de 2001, a juventude da Argentina saiu às ruas com uma camisa azul celeste e branca, com um número 10 nas costas, para enfrentar as forças da reação e pegar na unha o dinheiro trancado pelo maldito corralito. Maradona devolve o carinho levando sua filha rumo à primeira linha da contra-marcha.

Estes são os bens simbólicos que importam na história de um povo….

! es um sentimiento, que no puede parar !

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