Rafael Viana da Silva – parte 2 de 5
O anarquismo segundo Hobsbawm
“Por exemplo, um ex-teólogo que se fez sociólogo pode, quando começar a estudar os teólogos, proceder a uma espécie de regressão e pôr-se a falar como teólogo ou, pior, servir-se da sociologia para acertar as suas contas de teólogo.[1] Pierre Bourdieu”
No início de seu artigo, Hobsbawm sustenta que o anarquismo “parecia pertencer ao período pré-industrial e, em todo caso, à era anterior à Primeira Guerra Mundial e à Revolução de Outubro, exceto na Espanha”.[2] A análise de Hobsbawm, no artigo em questão, considera o anarquismo “um capítulo definitivamente encerrado no desenvolvimento dos movimentos revolucionários e operários modernos”.[3] Essa visão de Hobsbawm sobre o anarquismo não se limita ao artigo em questão.
O cerne de sua crítica caminha no sentido de relacionar o fenômeno político anarquista a um determinado estágio de desenvolvimento das forças produtivas, considerando-o um fenômeno pré-político ou próprio de um mundo pré-industrial. Sustentando essa tese, Hobsbawm nos diz que é um “dado muito característico que esta romântica escola de revolucionários tenha sido mais leal do que ninguém, incluindo os críticos literários de seu próprio país, ao mais revolucionário entre os poetas românticos ingleses”.[4] O historiador marxista afirma que, quando tentou contato com os militantes dos círculos anarquistas espanhóis em Paris, na década de 50, foi-lhe indicado “como lugar de encontro um café em Montmartre”.[5] Segundo Hobsbawm, uma “reminiscência de um passado já distante de boêmios[6], rebeldes e vanguardistas parecia por demais característico”.[7] Ele reforça a visão do anarquismo como um fenômeno pré-político e antimoderno, ao dizer que é “possível construir um modelo teórico de anarquismo libertário compatível com a moderna tecnologia científica, mas infelizmente não será socialista”.[8]
Hobsbawm prossegue dizendo que, como ideologia, “o anarquismo não declinou de uma forma muito espetacular, porque nunca teve demasiado êxito, pelo menos entre os intelectuais”.[9] Para ele, “o principal atrativo do anarquismo era emocional e não intelectual”.[10] Essa caricatura romântica e individualista sobre o anarquismo é reforçada pelo autor, quando ele afirma que “as versões extremadas do liberalismo individualista[11] são, logicamente, tão anarquistas quanto Bakunin”.[12]
O historiador britânico prossegue em sua sabatina, afirmando que foi a “monumental ineficiência do anarquismo que, para a maioria das pessoas da minha geração […], determinou a nossa rejeição a ele”.[13] Hobsbawm acredita que “nenhuma dose de simpatia pode alterar o fato de que ele [o anarquismo] como movimento revolucionário, tenha sido ideado quase para o fracasso”.[14] Para ele, “uma única greve dos mineiros (socialistas) nas Astúrias afetava mais o governo espanhol do que setenta anos de atividade revolucionária anarquista, que não representava mais que um problema policial rotineiro”.[15]
Resumindo sua posição sobre as lições teóricas do anarquismo, Hobsbawm encerra fazendo uma pergunta que ele próprio responde: “Qual é o valor da tradição anarquista hoje?”.[16] “Em termos de ideologia, teoria e programas, o anarquismo permanece marginal. […] Se todos os anarquistas tivessem desaparecido da face da terra[17], a discussão sobre tais problemas [o autoritarismo e a burocracia de Estado] não seria muito diferente.”[18]
Ele reafirma que “o anarquismo não tem qualquer contribuição significativa a fazer à teoria socialista, embora seja um elemento crítico útil”.[19] Ainda que descarte o anarquismo como uma teoria revolucionária, o marxista britânico afirma que ele “tem sido – na prática, mais do que na teoria – excepcionalmente sensível aos elementos espontâneos nos movimentos de massa”.[20] Apesar disso, Hobsbawm alerta que o ressurgimento do Maio de 68, e mesmo a influência libertária na Nova Esquerda,
“é admirável, mas em muitos aspectos não somente não é nova, como também é uma regressão a uma forma anterior mais débil e menos desenvolvida de movimento socialista relutante ou sem capacidade de se beneficiar dos grandes empreendimentos da classe operária internacional e dos movimentos revolucionários do século compreendido entre o Manifesto Comunista e a Guerra Fria.” HOBSBAWM, Eric. Reflexões sobre o Anarquismo In Revolucionários. 2ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 98.
Podemos sintetizar a tese de Hobsbawm sobre o anarquismo em duas “grandes” questões, ainda que elementos periféricos possam surgir no debate: 1) O anarquismo é uma versão extremada de liberalismo e está assentado sobre raízes individualistas ou “pequeno-burguesas”. 2) O anarquismo é um fenômeno político ligado a um contexto pré-industrial ou de países subdesenvolvidos. Com o desenvolvimento das forças produtivas, essa ideologia política desaparece junto com as estruturas atrasadas que o gestaram. Em suma, o anarquismo é uma forma de ação pré-política ligada a um contexto específico de estágio de desenvolvimento das forças produtivas[21] e só floresceu em países periféricos e pouco desenvolvidos industrialmente, onde as condições de “atraso” estavam dadas e, portanto, facilitavam sua atividade. A segunda questão nos leva a outro argumento, de que a “excepcionalidade do anarquismo espanhol” confirmaria a singularidade de sua atividade política, que somente se enraizara, justamente no país mais atrasado da Europa: a Espanha.
É preciso alertar que essa posição sobre o anarquismo não é, de maneira alguma, recente, e tampouco inovadora. Ela pode ser encontrada nas versões clássicas do marxismo[22], que compreendem o anarquismo como uma forma “primitiva”[23] ou “pequeno-burguesa” da política, ligada a setores do operariado “artesanal” e pré-industrial. São suficientemente conhecidas as posições de Marx sobre o “pequeno-burguês” Proudhon[24], relacionando as idéias políticas do socialista francês à sua suposta posição de classe que, por sua vez, seria resultante de determinado estágio de desenvolvimento das forças produtivas. Prosseguindo nesta análise, V. I. Lênin, em dois de seus trabalhos com maiores referências ao anarquismo, consagrará[25] a tese que o anarquismo é uma forma de “revolucionarismo pequeno-burguês”.[26] Para Lênin, o “pequeno-burguês ‘enfurecido’ pelos horrores do capitalismo é, como o anarquismo, um fenômeno social comum a todos os países capitalistas”.[27] Prossegue reforçando o estereótipo individualista do anarquismo, quando diz que este “[…] foi, muitas vezes, uma espécie de expiação dos pecados oportunistas do movimento operário. Essas duas anomalias completavam-se reciprocamente”.[28] A presença da pequena-burguesia em território russo parece comprovar a difusão do anarquismo e a relação entre as duas coisas parece estar assegurada, quando afirma que:
“Se o anarquismo exerceu na Rússia uma influência relativamente insignificante nas duas revoluções (1905 e 1917) e durante a sua preparação, não obstante a população pequeno-burguesa ser aqui mais numerosa que nos países europeus, isso se deve, em parte, sem dúvida, ao bolchevismo, que sempre lutou impiedosamente e inconciliavelmente contra o oportunismo.” LÊNIN, V.I. Esquerdismo, doença infantil do comunismo. Editora Símbolo: São Paulo, 1978, grifos nossos.
Ainda que com menor sofisticação intelectual, Trótsky[29] considera o anarquismo na Ucrânia como um fenômeno derivado de “convulsões da pequena-burguesia camponesa” e “que não aceitava de forma alguma submeter-se à ditadura do proletariado”.[30] Referindo-se à makhnovischina – fenômeno social de massas ucraniano com grande influência anarquista e que se desenvolveu, principalmente, nos primeiros anos da Revolução Russa –, Trótsky convenientemente omite a participação de amplas massas camponesas e em menor grau operárias no movimento ucraniano durante a revolução, as quais evidenciariam a dimensão classista do anarquismo. Não obstante, não surpreende que essa posição não se altere sob a égide do stalinismo durante a Guerra Fria e mantenha as premissas fundamentais[31] da crítica marxista ao anarquismo anteriormente fundamentadas, considerando o anarquismo e a makhnovischina movimentos de criminosos, desertores e diretamente apoiados pelos kulaks.
Fenômeno essencialmente popular, a makhnovischina, longe de aglutinar criminosos e desertores, teve sua importância para além de suas fronteiras, incidindo na sobrevivência[32] da própria Revolução Russa, durante o período da guerra civil. Ainda assim, a visão predominante sobre a participação dos anarquistas nos processos revolucionários e sociais em geral, engessada por certa visão historiográfica, permanece presa a um “senso comum” douto[33], mas ainda senso comum, cujas bases, convenientemente, propomos analisar.
Notas da Parte 2
1. BOURDIEU, Pierre. “Introdução a uma sociologia reflexiva” In O Poder Simbólico; tradução Fernando Tomaz (português de Portugal) – 2.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
2. HOBSBAWM, 1985, p. 90.
3. Ibidem.
4. Ibid, p. 90.
5. Idem.
6. É difícil sustentar a tese de que os exilados espanhóis residentes na França durante as décadas de 1940 e 1950 fossem boêmios e vanguardistas, no sentido “artístico” do termo utilizado por Hobsbawm. Na Espanha, o anarquismo difundiu-se essencialmente no movimento operário e camponês. A Confederación Nacional del Trabajo (C.N.T.), instância sindical influenciada majoritariamente pelos anarquistas, possuía a cifra de 1,5 milhão de aderentes nos seus momentos mais áureos. Os exilados espanhóis na França foram basicamente operários que lutaram de armas na mão contra os franquistas e setores conservadores, perfil muito distante da caricatura romântica que lhes parece imputar Hobsbawm. Sobre a composição operária do anarquismo espanhol e a ação coletiva dos anarquistas na Espanha, Cf. LEVAL, Gastón. Colectividades Libertarias en España. Buenos Aires: Editorial Proyección, 1972.
7. HOBSBAWM, 1985, p. 90.
8. Ibid, p. 96. Sobre a relação compatível do anarquismo e a tecnologia, Cf. DOLGOFF, Sam. A Relevância do Anarquismo para a Sociedade Moderna. São Paulo: Editora Faísca, 2005. Neste título.
9. HOBSBAWM, 1985, p. 91.
10. Ibidem.
11. Esta posição do anarquismo como uma síntese do socialismo e do liberalismo é reiterada equivocadamente em algumas bibliografias. Cf. WALTER, Nicolas. Do Anarquismo. Rio de Janeiro: Editora Achiamé, s/d. A visão do anarquismo como um liberalismo extremado é completamente problemática, pois ignora a dimensão central presente em longo prazo nas práticas anarquistas desde a Primeira Internacional: sua atuação/estratégia de massas e, principalmente, sua posição socialista e anticapitalista. Uma visão de longo prazo, que tem como foco suas práticas, e não apenas suas obras, redimensiona esta noção e torna incompatível, ou pelo menos bastante problemática, essa aproximação entre liberalismo e anarquismo. Foram, provavelmente, as obras de Rocker que buscaram estabelecer, de maneira mais sistemática, essa aproximação. Cf. ROCKER, Rudolph. A Ideologia do Anarquismo. São Paulo: Editora Faísca, 2005.
12. HOBSBAWM, 1985, p. 96.
13. Ibid, pp.91-92.
14. Ibidem.
15. Ibid, p. 92.
16. HOBSBAWM, Ibid, p. 96.
17. Na Rússia, na Coréia e na Bulgária, a atuação dos comunistas (stalinistas) foi fundamental para a dissolução do anarquismo. A repressão, o exílio, o fuzilamento e a deportação foram instrumentos correntes nesses países para dissolver a articulação política anarquista. Apesar disso, os anarquistas, contrariando o leitmotiv hegeliano, não desapareceram da face da terra e rearticularam-se, principalmente nos grandes centros Europeus e, em certa medida, na América Latina.
18. HOBSBAWM, 1985, p. 96.
19. Idem.
20. Ibid, p. 97.
21. Ainda que haja uma discussão no interior do marxismo – que pode ser dividida entre uma interpretação mais ortodoxa, que prioriza o desenvolvimento das forças produtivas e as interpreta em referência à produção e não à complexidade da vida social, e outra, mais heterodoxa, que não incorre no mecanicismo consagrado na fórmula do materialismo dialético: infra-estrutura e superestrutura –, reconhecemos que, a despeito das discussões sobre a “exegese” dos textos de Marx, a prática política dos marxistas ao longo do século XX caminhou no sentido de consagrar decisivamente a interpretação ortodoxa. Se pudéssemos aplicar a máxima marxista de que “o critério da verdade é a prática”, concluiríamos, a partir da análise histórica, que o marxismo heterodoxo restringiu-se a pequenos grupos de oposição, a círculos universitários e fenômenos periféricos e que a prática stalinista, em grande medida ortodoxa, foi predominante na maior parte dos países. Sobre isso, Cf. CASTORIADIS, Cornelius. “Marxismo e Teoria Revolucionária” In. A Instituição Imaginária da Sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
22. Sobre a posição dos marxistas em geral sobre esta questão, Cf. ANSART, Pierre apud RUGAI, Ricardo Ramos. O Socialismo como crítica da Economia Política: as questões econômicas na obra de Proudhon (1838-1847). Orientador Osvaldo Luis Angel Coggiola. São Paulo, 2011. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de História. Área de Concentração: História Econômica. As posições de Marx, Engels e Lênin acerca do anarquismo podem ser encontradas em: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich; LÊNIN, Vladimir. Acerca del Anarquismo y el Anarcosindicalismo. Moscou: Progresso, 1976.
23. Para Hobsbawm, os anarquistas “pertencem a uma espécie primitiva de movimento e suas fraquezas são evidentes: falta de teoria, de perspectivas estratégicas estabelecidas em comum e de capacidade de rápida reação tática em escala nacional”. HOBSBAWM, 1985, p. 98.
24. Numa carta enviada a J. B. Von Schweitzer, Marx relaciona as proposições teóricas de Proudhon com as da “pequena-burguesia”. O termo pequeno-burguês (em francês petit-bourgois) aparece no documento, que é relativamente curto, associado ao socialista francês cerca de nove vezes. Cf. MARX, Karl. Sobre Proudhon (Carta a J. B. Von Schweitzer), 24/01/1865. Disponível em <http://www.marxists.org/portugues/marx/1865/01/24.htm> Acessado em 05/07/2012.
25. Esta será a posição adotada pelos diversos partidos comunistas ao redor do mundo.
26. LÊNIN, V.I. Esquerdismo, doença infantil do comunismo. São Paulo: Editora Símbolo, 1978.
27. Ibidem, p. 25.
28. LÊNIN, 1978, p. 25.
29. Trótsky comenta sobre a makhnovichina: “Somente um homem de espírito completamente vazio pode ver nos bandos de Makhno ou na insurreição de Kronstadt uma luta entre os princípios abstratos do anarquismo e do socialismo de Estado. Em realidade, esses movimentos eram convulsões da pequena-burguesia camponesa, a qual, seguramente, queria livrar-se do capital, mas, ao mesmo tempo, não aceitava de forma alguma submeter-se à ditadura do proletariado. Ela mesma não sabia exatamente o que queria e, devido a sua situação, não podia mesmo sabê-lo. Eis porque cobria tão facilmente a confusão de suas reivindicações e de suas esperanças, ora com a bandeira anarquista, ora com a bandeira populista, ora com uma bandeira simplesmente ‘verde’.” É importante mencionar que o termo kulaks não aparece nos comunicados e reflexões que mencionam o anarquismo emitidos por Trótsky no exílio. Ao contrário, já em seus comunicados emitidos durante a makhnovischina, o termo kulaks (proprietários de terra com uma condição financeira superior aos camponeses pobres) é costumeiramente associado ao movimento camponês da Ucrânia, indicando que o anarquismo estaria ligado a um setor de classe “pequeno-burguês”. E prosseguindo em sua reflexão imbuída do materialismo histórico-dialético marxista, dirá que: “Opondo-se ao proletariado, tentava, sob todas essas bandeiras, fazer voltar atrás a roda da revolução”. BLOCH, Gérard; TRÓTSKY, Leon. Marxismo e Anarquismo. São Paulo: Editora Kairós, 1981, p. 32.
30. Idem. O termo utilizado na imprensa bolchevique do período é um pouco mais explícito: os “anarco-bandidos” ou contra-revolucionários eram aqueles que integravam o movimento popular da makhnovischina.
31. Sobre Makhno e o movimento makhnovista, a Enciclopédia Soviética diz: “MOVIMENTO DE MAKHNO (em Russo, Makhnovshchina). Um movimento camponês kulak anárquico e anti-soviético da Ucrânia, de 1918 a 1921, liderado por N. I. Makhno; uma das várias formas tomadas pela contra-revolução pequeno-burguesa. A base social do movimento de Makhno era composta de camponeses abastados da margem esquerda da Ucrânia, especialmente das províncias de Ekaterinoslav e Kharkov, onde uma estratificação considerável dos camponeses podia ser observada já nos fins do século 19 e onde a proporção de kulaks era substancial. Foi dessa região que o movimento de Makhno retirou suas forças, recursos materiais e a maior parte de seus líderes. No entanto, a Makhnovshchina não foi um movimento local (diferentemente da revolta Antonov, por exemplo); ela cobriu um território extenso, do Dnestr ao Don. Os bandos de Makhno incluíam várias nacionalidades. A pequena cidade de Guliai Pole, na província de Ekaterinoslav, se tornou sua ‘capital’. Os prósperos estratos do campesinato da margem esquerda ucraniana que, após a revolução, haviam conquistado as propriedades de muitos latifundiários daquela área, tiveram influência decisiva na orientação política do movimento de Makhno. Em alguns momentos, quando houve ameaças da restauração dos grandes proprietários de terra (sob a ocupação alemã e sob os Guardas Brancos), estratos relativamente amplos das massas camponesas se juntaram ao movimento de Makhno; na luta contra o poder soviético, os seguidores de Makhno conseguiram apoio das pessoas abastadas do campo. A partir de 1921, o movimento foi apoiado apenas pelos kulaks. Elementos desclassificados reuniram-se sob a bandeira de Makhno durante toda a existência de seu movimento – desertores, antigos soldados da Guarda Branca e criminosos; no período final, esses elementos terminaram predominando.” Grande Enciclopédia Soviética. MOVIMENTO DE MAKHNO. <http://www.nestormakhno.info/english/gse-makhno.htm>, Acessado em 06/05/11, tradução nossa.
32. Segundo Berkman, “quando Denikin conseguiu alcançar Orel, ameaçou Moscou e a própria existência do governo soviético, Makhno e seu exército de camponeses atacaram o general czarista, derrotaram-no em diversos confrontos decisivos, separaram o exército dos Brancos e suas bases de aprovisionamento e forçaram Denikin a bater em retirada.” BERKMAN, Alexandre. “Nestor Makhno, o homem que salvou os bolcheviques” In SKIRDA, Alexandre et al. Nestor Makhno e a Revolução Social na Ucrânia. São Paulo: Imaginário, 2001, p. 60.
33. Segundo Bourdieu, “estes instrumentos fazem que ele corra um perigo permanente de erro, pois se arrisca a substituir a doxa ingénua do senso comum pela doxa do senso comum douto, que atribui o nome de ciência a uma simples transcrição do discurso de senso comum.” BOURDIEU, Pierre. “Introdução a uma sociologia reflexiva” In O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, p. 44.
bibliografia ao final da quinta parte