Lula ontem deu exemplar talento para sair de emparedamentos “light”. Condicionou sua reeleição às circunstâncias. Se tiver maioria política para poder governar, pode ser que sim.Entretanto, isto, se tiver condições de se candidatar. Não vai correr do pau, mas também não se arriscará muito.

Lula deitou e rolou em sua entrevista, no Palácio do Planalto. O Roda Viva não foi ao vivo, pouca pressão. Justiça seja feita, vimos o mesmo quando a equipe da Bandeirantes entrevistara a FHC em pleno Palácio do Planalto. Foi mais amigável que a de ontem, mas ainda assim Lula não sofreu nenhuma pressão de fato.

Entregou o recibo da conta da reeleição ao seu antecessor, Fernando Henrique. E, sabemos, que a conta foi paga pelo Serjão, Sérgio Mota, com o apoio de Ricardo Sérgio de Oliveira e Eduardo Jorge Caldas. Lula foi no varejo e FHC comprou no atacado.

Sentiu-se traído, porque delegou funções que deviam ser co-controladas por ele também. Longe disso. Sentiu-se traído pelo PT porque aceitou a condição, legítima aliás, de ser instrumento de um partido político do qual é apenas um filiado, embora liderança histórica. Delúbio nada fez sozinho, e Lula delegou sua confiança, sua e de sua corrente majoritária, a Executiva Nacional montada por Dirceu.

A casa caiu e Luiz Inácio fechou ontem o caixão de Dirceu. O tumulto na interna do PT só está começando. 2006 promete.

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