Hoje é a proclamação da república federativa do Brasil. Melhor usarmos o termo governo central, e da república unionista do Brasil, onde o pacto federativo é uma piada – conforme exposto no artigo ao lado.

Após a Chacina do Paraguay,a república terminou sendo sinônimo de abolicionismo, puxado pelos latifundiários de São Paulo. Cafeicultores, fazendeiros de cana de açúcar, os bacharéis doImpério cansaram de brincar de monarquia uma vez assegurada a integridade territorial do Reino Unido de Portugal e Algarves.

Mesmo defendendo a abolição, não promoveram a integração econômica da massa de origem africana no Brasil. Afora os 3 estados do Sul, onde houve algo de colônia de povoamento, no sudeste do país abriram as senzalas e trouxeram os navios com mão de obra européia.

Vejam que coincidência; após a guerra civil dos EUA, o governo unificado de Washington prometeu a integração racial, depois regredido ao apertheid segregacionista. Reforçando apolítica da Ku Klux Klan, o calote do governo yankee vitorioso.Foi prometido para cada homem negro, maior de idade, 40 acres de terra e uma mula para trabalhar. Esta quantia nunca foi paga, e o desemprego campeou entre os negros estadunidenses até a ação afirmativa dos anos 70. Depois, criaram uma forte classe média negra e entregaram os negros ao crack, a guerra civil entre gangues e a entrada e saída sem fim do sistema prisional.

No Brasil, expulsaram dos campos o negros e atiraram a metade da população brasileira ao desemprego estrutural. Para reforçar, criaram o crime de vadiagem, negaram o acesso ao crédito e a formação profissional. Esta república foi crescendo, se desenvolvendo mas nunca dividiram o bolo. Hoje somos a 11a. economia do mundo e brigando pau a pau para sermos o país com maior concentração de renda do globo.

Palocci, Portugal e Meirelles são os novos gurus que abrem os portos para as nações amigas e escoam os cofres para a banca internacional. 116 anos de república oligárquica ainda não foram suficientes. Por quantas décadas mais penaremos até assumirmos a soberania popular sobre o próprio território?

Saudações a República Rio-Grandenses, a República Cabana, a Sabinada, a República dos Balaios, a Confederação do Equador, a Revolta dos Malês, a República Mutualista e Praiana e outras mais. Quantas chances perdemos para terminarmos como começamos?!Tremula ainda abandeira do Império, sob as cores da família real Orleans e Bragança, com uma bola azul ao centro e com os dizeres dolema militar-positivista.

O povo, bestializado, assitiu a proclamação da República dos militares, fazendeiros e bacharéis. Depois, marcou seu trecho na história do Brasil, com Canudos, a Revolta da Vacina e o Contestado. Tá dado o recado.

Bom feriado, vamos todos refletir.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *