Quando os olhos do país deitam sobre as margens do RIO GUAÍBA, Porto Alegre fica pequena demais para dividir os holofotes entre Yeda Rorato e José Fogaça. Sobrou para a cantora bageense Isabela Coronel Amilivia, que após casar-se, adotara o nome do marido, o prefeito poeta porto-alegrense que dispara nas intenções de voto para o Piratini.  - Foto:piratini
Quando os olhos do país deitam sobre as margens do RIO GUAÍBA, Porto Alegre fica pequena demais para dividir os holofotes entre Yeda Rorato e José Fogaça. Sobrou para a cantora bageense Isabela Coronel Amilivia, que após casar-se, adotara o nome do marido, o prefeito poeta porto-alegrense que dispara nas intenções de voto para o Piratini.
Foto:piratini

Por Bruno Lima Rocha e Lisandra Arezi, 09 de abril de 2009

Antes do jogo do time de Ricardo Teixeira contra a fraca seleção peruana, outro embate aconteceu. O resultado da partida entre o escrete patrocinado pela joint venture da Telefónica de Espanha com a Portugal Telecom (a Vivo Celular) foi 3 x 0 para os galáticos de amarelo. Já a contenda entre a professora de economia da UFRGS que ainda não tem currículo lattes e a cantora da música de propaganda da Cia. Zaffari ainda não foi definida. No primeiro assalto, a governadora do Rio Grande (sim, é verdade, é ela mesma, ainda é…) Yeda Crusius venceu ao prefeito poeta, o ex-locutor da Rádio Continental 1220 AM, o poeta e José Fogaça. A moradora da casa localizada na Rua Araruama, Três Figueiras da “muy leal e valorosa” constrangeu muitas pessoas após ter cancelado a apresentação da cantora Isabela Fogaça no início da programação do jogo de na quarta-feira, dia 01/04/2009.

Como se sabe, a canção seria em homenagem a cidade de Porto Alegre que então festejava aniversário. O veto feito à primeira-dama da capital rio-grandense, impedindo-a de cantar o Hino de Porto Alegre que é de autoria, de seu marido, o ex-afeto de Antônio Britto e Paulo Odone. Isabela Fogaça, a cantante, foi avisada na tarde do evento, que sua apresentação não ocorreria, ficando muito constrangida. A versão oficial consta que o convite para cantar partiu no início do mês passado pelo presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGV), o dono da Rede Multisom, Francisco Noveletto.

O pepino sobrou para o empresário Noveletto, que dando desculpas pelo transtorno, negou que a idéia da apresentação tenha tido relação com os rumores de candidatura de Fogaça ao governo em 2010. Dizendo-se “um zero à esquerda” em política (Obs: sua classe costuma pôr alguns zeros à direita em época de campanha?!), o dirigente disse que não ofereceu cachê a Isabela para não ofendê-la:
– Quis convidar minha amiga e não gastar dinheiro. Sou gringo, pão-duro, e ela não cobraria – contou.

Ainda na base do fontismo, as calçadas entre a Matriz e o Passo Municipal dizem que o veto feito em última hora incomodou mais a Fogaça do que sua esposa. Não foi esta a única versão rara. Rumores sobre a polêmica houve outros. Alguns versavam sobre os patrocinadores do evento, dando a entender que a bela canção faria alusão a uma empresa, líder no setor no que resta de economia “gaúcha”, mas que não compunha o pool de empresas patrocinando o acontecimento político-cultural-futebolísitico. Como sempre, tudo foi mais ou menos negado. O representante do Piratini no comitê formado para viabilizar a realização dos jogos da Copa de 2014 em Porto Alegre, Mateus Bandeira, secretário Estadual de Planejamento, afirmou que o Banrisul (o banco “público” que o Aod vendera 47% das ações ordinárias) e CEEE (o que sobrara da liquidação de Britto e Busatto, este o novo guru do PT em Canoas) patrocinam o evento mesmo sem exibir marcas (patrocínio sem marca?!). Então, por isso a música não poderia ser tocada já que está sendo veiculada em comerciais. Motivo alegado, não convenceu a ninguém. Já o eterno alvo móvel, falante e financeiro de Paulo Afonso Feijó, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, não quis nem falar sobre o assunto.

Ainda nas desculpas, o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, afirmou em uma entrevista ao programa Gaúcha Atualidade no dia seguinte, que a governadora Yeda não teve envolvimento com a retirada do convite feito a primeira-dama. Wenzel ponderou também a mesma alegação, que o fato da canção ser tema de uma rede de supermercados poderia ter influenciado na decisão do veto. Quem vetou? Cadê o lide. O tema foi tão absurdo que até o Lasier Martins se incomodou sentando a boca como quase nunca faz quando conversa com um “parceiro” do Piratini.

O tema de fundo é outro e é sabido e notório qual o nó do rabo do porco. Yeda se auto-candidatou a reeleição. Fogaça é um dos possíveis candidatos do PMDB ao mesmíssimo pleito. A senhora Rorato lembrou o proceder de outro paulistano da Mooca, assumiu-se como a dona do pedaço, vetou a apresentação, e não assumiu ser a autora da grosseria. Se há algo de interessante nesta papagaiada, é perceber a materialização do conceito de “conflito intra-elite local”. Para qualquer analista, quando isso ocorre, é motivo de grande alegria intelectual, porque é a forma mais didática de demonstrar aspectos de uma teoria analítica. Mas, para vergonha do Rio Grande, este tipo de presepada é um sintoma a mais de como estamos todos entregues ao lugar comum de trocar a POLÍTICA pela polititica.

Porto Alegre é realmente demais, o STJ que o diga….mais barulho jurídico vem por aí.

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