13 de janeiro de 2016, Bruno Lima Rocha

Outra Salsa de Combate, outra Salsa divina. Esta aparição na TV en Super Sábado Sabroso traz ao palco Ismael Miranda.  Conhecido como “el niño bonito de la salsa”, nasceu em Aguada, Porto Rico e toca ao vivo em programa de televisão de 1975 a esta canção-composição divina de Ruben Blades (sempre ele). Nota-se a participação especial nas maracas Roberto Mano de Piedra Durán, o orgulho de Panamá e ídolo do bairro brabo de Chorrillo, na parte colonial da Cidade do Panamá. Para quem gosta da nobre arte, em especial aos estilos de matriz africana, Durán foi campeão mundial como pugilista profissional em três categorias! A orquestra de salsa – sim uma orquestra, assim como uma bateria de escola de samba é uma sinfônica inteira e o mestre de bateria é um regente, só que do povo – que acompanha Ismael é o supergrupo La Libertad, de México. Neste poema sonoro e audiovisual para a unidade de Latino América, a letra e o acompanhamento é panamenho, o cantante é boricua e o grupo é de conterrâneos de Zapata e Magón!

A letra é uma analogia ficcional a trajetória real de Victoriano Lorenzo (foto da postagem), caudilho do istmo panamenho e um herói popular do Panamá com a estatura de Augusto César Sandino para a Nicarágua. Victoriano tem uma vida breve (leia aqui sua trajetória político-militar), caindo em combate aos 36 anos de idade. General de homens livres, eleito em assembleia popular, marcou a via do povo do istmo e do Cauca na guerra contra os conservadores – a guerra dos mil dias (1899-1902) tantas vezes relatada na fantástica prosa de Gabriel García Márquez – sem aderir aos caudilhos liberais.

A salsa foi forjada a ferro e fogo como uma nova significação para a rumba, o mambo, o afro-jazz, a bossa nova brasileira, o samba e todo o ambiente do Grande Caribe nos bairros de imigrantes latino-americanos na cidade de Nova York. Há quem diga que a salsa “pertence” ao Bronx assim como o 52 Blocks “pertence” ao Brooklyn. No coração do Império, os oprimidos de África e América Latina se reencontram e renascem.

LINK PARA O VÍDEO 

Vuelve Cipriano, Vuelve Victoriano, Viva la Salsa. Segue a letra magistral de Ruben Blades.

Vuelve Cipriano  – letra de Ruben Blades

En mil ochocientos seis

Allá por el mes de enero

En las llanuras del Piame

Cayó Cipriano Armenteros…

 

Asi fué…

 

El pueblo se reunió a ver

Cuando preso regresaba

Escoltado por las tropas

Que el cabo Flores mandaba la gente al verlo caído

de él reía y burlaba

Armenteros en silencio

solo miraba y callaba.

 

Los hombres del bandolero

al rescate se lanzarón

por Calidonia pasarón

temprano de madrugada

Emeterio y Pascual Gómez

desfilaban en vanguardia

Mederos llevaba el centro

y Facundo en la retaguardia.

 

La banda atacó e’ sorpresa

al galopes sus caballos

la tropa dormía en defensa

los españoles confiados

cuando empezó el tiroteo

quedó Armenteros salvado

así lo cuentan los viejos

así se fugó Cipriano.

 

Y dicen que andan buscando

a los que de él se rieron

en el pellejo de esa gente

mi hermano estar yo no quiero

 

Coro:

Y tiembla la tierra, se escapó Armenteros.

 

Las ventanas estan cerradas

no se abren ni por dinero

todas las puertas trancadas

ay con la llave del miedo.

Y tiembla la tierra, se escapó Armenteros.

 

Por Calidonia pasaron

temprano de madrugada

mira tu si tenían miedo

que ni los gallos cantaban.

Y tiembla la tierra, se escapó Armenteros.

 

Están corriendo los blancos

están corriendo los negros

esta rezando to’ el mundo

y prendiendo bugue en los pueblos.

 

Por los lagos de Veraguas

me dicen que lo vieron

el sol escondia sus rayos

por temor al bandolero

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