Bruno Lima Rocha 

Na tarde de 5a, 10 de março, o promotor Cassio Conserino virou o fio e elevou o tom de perseguição política nesta campanha jurídico-midiática. Quis criminalizar o fato de que ainda alguns petistas se reivindicam “marxistas” e, como tal, são sucessores de Hegel, que também entrou na denúncia! O promotor que fala com a sonoridade do ovo na boca traz consigo a marca da pauliceia quatrocentona, embora ele mesmo tenha origem italiana, mas deve crer que alcançou o MP de São Paulo por méritos próprios, tendo assim direitos divinos de felicidade, estando acima dos faxineiros de seu edifício, por exemplo. Esta equipe de promotores pediu prisão preventiva para Lula, antes anunciando a investigação e a denúncia na Veja, dando vazão para sua ira no Grupo Naspers-Civita e depois pela horrorosa coletiva de 5a, 10 de março, pela tarde.

Sincera e honestamente, Lula, Zé Dirceu, Berzoini, antes Meneghelli e Vicentinho, Luiz Marinho e outros tantos, deveriam ser antes julgados por seus pares, por seus desvios, por sua famigerada aliança com o andar de cima, por subjugar a sua hegemonia na classe trabalhadora para o pacto com o capital nacional e transnacional gerando emprego direto. Esta gente não é – e talvez nunca tenha sido – socialista, é estatista, tal e como o stalinismo, e só pensam em termos de Estado Nacional e aliança Capital-Trabalho. Vargas sorri no inferno, mas o Lacerda, que o demônio recusou, encarna em gente do quilate de Moro e Conserino.

O viralatismo é o inimigo comum da maioria dos brasileiros, mas isso não pode implicar em ir à reboque do governo de Kátia Abreu e outros oligarcas e genocidas. Toda a atenção é precisa, e dia 13, eu sinceramente sugiro aos ainda convictos nas hostes da centro-esquerda, que pensem qual o projeto estratégico para o Brasil a partir da construção de poder para a maioria, e não ir a reboque de um homem que, através de seu carisma e capital eleitoral, decide acima de 800 mil filiados de sua própria legenda.

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