Paulo Silas, ex-craque de bola no meio de campo do São Paulo e do San Lorenzo de Almagro, o neopentecostal vem apelando para todas as rezas brabas para emplacar no banco de algum clube de primeira linha do Brasileirão. Enquanto segue o entra e sai de “professores”, o também ex-craque segue amargando o desemprego.  - Foto:r7
Paulo Silas, ex-craque de bola no meio de campo do São Paulo e do San Lorenzo de Almagro, o neopentecostal vem apelando para todas as rezas brabas para emplacar no banco de algum clube de primeira linha do Brasileirão. Enquanto segue o entra e sai de “professores”, o também ex-craque segue amargando o desemprego.
Foto:r7

Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha


Quem dança?

A troca de comando técnico é algo já corriqueiro no futebol brasileiro. Basta uma pequena seqüência de maus resultados, e já surgem boatos da “queda” do treinador.

Só nas últimas semanas, tivemos trocas envolvendo nomes de treinadores do futebol tupiniquim. Vejamos. Paulo Silas (demitido do Flamengo), Vanderlei Luxemburgo (demitido do Atlético MG e contratado pelo Flamengo), Paulo César Carpegiani (saiu do Atlético PR para assumir o São Paulo), Dorival Junior (demitido do Santos e contratado pelo Atlético MG), e Adilson Batista (pediu demissão do Corinthians, não segurando a pressão interna a cobrança do Sr. Sánchez).

O que mais chama nossa atenção é o fato de que mudam os clubes, mas seguem os mesmos nomes. Como pode um profissional fracassar em um dos chamados “clubes grandes” e vir a fazer sucesso em outro? Os mesmos cartolas que fazem rasgados elogios aos técnicos quando os contratam, são os primeiros a demitirem os mesmos quando estes não alcançam os resultados em um curto espaço de tempo. Será esta a eterna divisão injusta entre a corda e a caçamba?

A falta de planejamento dos dirigentes e a desunião dos profissionais do comando técnico (treinadores costumam negociar com clubes que ainda não demitiram seus “professores”) resultam na troca do treinador. Carreiras com longevidade em um mesmo clube, como ocorre com o escocês Alex Ferguson (este está a 24 anos à frente do clube inglês Manchester United) é impensável nos padrões brasileiros. 

Por que os grandes oscilam tanto?

A alternância pelas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro mostra que o futebol pentacampeão mundial está nivelado, mas infelizmente por baixo. Na rodada do final de semana anterior ao fatídico dia 12 de outubro (o dia da invasão e do genocídio da América) o Corinthians que ainda briga pelo título perdeu em casa para o Atlético GO. O Internacional atual campeão da América que havia perdido para o Ceará na semana passada venceu apertado o galo mineiro que luta contra o rebaixamento. No meio de semana, ambas as equipes foram derrotadas fora de casa. O tricolor das laranjeiras parece que desandou de vez, perdeu para o Cruzeiro e acumula três jogos sem vitória.

Na 29º rodada o campeonato tem um novo líder. O Cruzeiro assumiu a ponta da tabela. Em um campeonato que os clubes oscilam tanto ainda não é possível apostar em um favorito ao campeonato. Na ponta de cima da tabela já passaram quase uma dezena de candidatos, até agora ninguém se afirmando em definitivo. Menos mal, assim nenhum “gênio” da CBF decide pela volta do formulismo com oitavas, quartas, semis e finais. Nunca mais.

O renegado virou mestre

No esporte bretão, é uma constante rotina o vilão virar herói. Jogos são decididos no detalhe, um gol pode consagrar um atleta. O atacante Jonas do Grêmio já viveu dias de vilania dentro do clube. Lançado por Mano Menezes em 2007 (hoje atual técnico da seleção brasileira) não conseguiu firmar-se no clube. Emprestado para jogar a segunda divisão em 2008 pela Portuguesa de Desportos de SP, lá fez um bom campeonato da série B, retornando ao clube em 2009.

No inicio do ano passado, teve que disputar uma posição no ataque com jogadores de “nome” como o argentino Maxi Lopes e Alex Mineiro. Após perder um gol incrível na Copa Santander Libertadores, daquele ano foi manchete de um jornal espanhol como o pior atacante do mundo. Que baita injustiça.

Para piorar, uma lesão o tirou da disputa pela artilharia no brasileirão de 2009. Em 2010 chegou a ser cogitado como moeda de troca, pelo lateral Vitor, que hoje está no Palmeiras. Este, nem de longe lembra o grande lateral do Goiás. Quando a bruxa parecia solta e a vassoura voando baixo, surge uma luz no fim do túnel da beira do gramado.

Este é o ano da virada para o atacante. Na atual temporada, ele já chegou aos 50 gols, igualando ao número de escores marcados por Renato Portaluppi (maior ídolo da história do Grêmio e seu atual treinador). O avante tricolor atingira a marca de 19 gols no Brasileirão e dificilmente perderá o título de artilheiro do campeonato, pois está 8 gols à frente do segundo colocado.

Jonas ganhou o apelido de mestre (lembrando uma passagem da bíblia) e hoje sua qualidade ninguém mais ousa discutir.

Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo e Bruno Lima Rocha é editor do portal do Estratégia & Análise

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