Em agosto de 1954 pouco havia de transmissão televisiva no Brasil. Eram imagens experimentais, saídas dos estúdios da Tupi de São Paulo e do Rio. Tudo ao vivo. Mesmo assim havia uma guerra midiática, pró e contra o presidente eleito, o ex-ditador e caudilho positivista, Getúlio Dornelles Vargas.

Agosto de 54 teletransportou-se para novembro de 2005. A diferença é que neste momento, a tecnologia e os meios de comunicação dão parte do tom de um processo de crise política sem povo na rua. Vargas foi condenado porque seu último governo foi popular e nacionalista. As multinacionais enfureceram, parte dos intelectuais que tinham passado poucas e boas no Estado Novo alimentavam os discursos transmitidos pelos veículosdos “cidadãos Kane” tupiniquins. Da parte do governo, Samuel Weiner defendia a ferro e fogo o mandato do Dr. Getúlio. Batendo, e muito, o Corvo Lacerda, Assis Barão Chateubriand e o pai de Roberto Marinho.

Emparedado,o velho chimango matou-se com um tiro no peito. Lula não vai se matar, mas será que abdica? Outra dúvida, na TV Cultura e em Rede Nacional através da TVE, veremos se ainda restam jornalistas com vontade de fazer mídia de verdade nesse país. Vão pôr ou não o presidente na parede? Vai ser de chispa ou chapa-branca esta entrevista? Por fim, será que alguém vai comparar Lula a Lucio Gutierrez e Fernando De la Rúa?

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